Por Leonardo Mamede, em Belo Horizonte (MG) - Depois da difícil vitória desta sexta feira contra o equatoriano Roberto Quiroz, 434º da lista masculina, o paulista Thomaz Bellucci, 49º da ATP, mostrou-se satisfeito com seu desempenho na entrevista coletiva após o embate.
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Thomaz admitiu ter ficado surpreso com a atuação de Quiroz, a quem dissera “não conhecer bem” durante a semana, fez uma análise de sua atuação, do desempenho dos dois equatorianos (mais cedo, Emilio Gomez bateu, de virada, Rogério Dutra Silva, também por 3x1), elogiando-o, e negou que a quadra da Arena Minas Tênis Clube seja um problema para os brasileiros.
“Eu entrei um pouco devagar, sem tanta convicção nos meus golpes, e ele aproveitou isso. Mas eu acreditei o tempo inteiro. Mesmo com 5/4 na primeira parcial, no saque dele, eu estava firme, mentalmente consciente de que eu poderia virar o set. E foi isso que fiz dentro da partida. Em nenhum momento, fiquei nervoso ou frustrado porque teoricamente eu deveria ganhar fácil. Creio que o jogo poderia ter sido em cinco ou três sets, até pra ele, que teve várias chances de fechar a primeira etapa. Acredito que meu trunfo, hoje, foi me manter sólido mentalmente, consistente, tentar ter um grande volume de jogo. E, a longo prazo, eu sabia que o meu volume era maior que o dele, pois estou mais acostumado a jogar nesse nível”.
“Sabíamos que seria difícil. São dois jogadores que vieram de universidades americanas e sabem jogar em quadras rápidas. Estávamos preparados para jogos complicados. Eu sabia que teria de dar meu máximo em quadra, estar concentrado mentalmente, senão ele gostaria do jogo. O primeiro ponto no confronto (na vitória de Gomez sobre Dutra silva) também foi uma vantagem, deixou meu adversário mais solto. Eles estão jogando como franco-atiradores e é mais fácil entrar em quadra desse jeito”.
Na sequência, Thomaz revelou ter sido surpreendido com a forma como Quiroz largou na partida.
“Ele acabou me surpreendendo um pouco no começo. Eu não esperava que ele começasse tão bem, se não me engano ele iniciou dando dois winners de devolução no primeiro game de saque. Acredito que ele não tenha tantos jogos de Copa Davis pra entrar tão solto quanto o fez”, disse.
“Eles jogaram acima do ranking deles. O cara que eu joguei é o 434º do mundo e ele não jogou como um 400. Já joguei um milhão de jogos, e às vezes um adversário que está em 100, 150 do ranking, não joga no nível que eles jogaram hoje. Os equatorianos atuaram bem e tiveram o mérito de nos complicar bastante. São caras que gostam de jogar nestas quadras, você nota que eles vêm pra cima na primeira bola que sobra, têm primeiros e segundo saque bons”.
Por último, Bellucci falou brevemente sobre a partida de Rogerinho, e terminou defendendo a escolha do piso duro em Belo Horizonte, apesar de reconhecer algumas dificuldades que este traz ao dois atletas de simples do Brasil.
“O Rogério começou muito bem. No meio do jogo, o Emilio subiu muito nível, o Rogério não conseguiu se manter concentrado da partida e saiu de jogo”
“A quadra está lenta. O que a torna rápida é o clima de Belo Horizonte, um pouco de altura, clima seco. Quando as bolas estão novas, o jogo fica bem mais rápido. Quando ficam velhas, fica mais lento, mais jogável. Estamos jogando em casa, temos que jogar com o que temos, acredito que escolhemos o piso certo e vamos com tudo para os próximos dois dias”.