Por Leonardo Mamede - Apesar de os jogadores e o técnico João Zwetsch admitindo dar prioridade às Olimpíadas, o fato é que o Brasil enfrenta o Equador, de sexta à domingo, valendo uma vaga nos playoffs do grupo mundial da Copa Davis em 2017.
Zwetsch, Bellucci e Rogerinho, os dois simplistas da equipe que ainda conta com os top 10 de duplas Marcelo Melo e Bruno Soares, sabem que o adversário é frágil, mas pregaram respeito pelos oponentes e evocaram o significado de defender as cores de um país inteiro.
“O trabalho é sempre muito parecido (para um confronto de Davis). Independentemente do ranking ou de quem estamos enfrentando, (o importante) é sabermos o que significa o confronto de Copa Davis, saber o que envolve. Nossa equipe no papel é melhor, mas temos de saber que o confronto é sempre difícil, emocional, físico. A gente precisa ter, claro, o respeito (pela equipe adversária) e (fazer) a preparação adequada”, afirmou o capitão da equipe nacional.
Número um do Brasil, o paulista Bellucci encontra-se numa situação inusitada: depois de disputar Nottingham e Wimbledon, na grama, ele foi campeão no Challenger de Braunschweig, na Alemanha, sobre o saibro, e chegou em Belo Horizonte para jogar no terceiro piso diferente em menos de um mês. E mais: ao fim do duelo pela Davis, Thomaz pega um voo para Gstaad, na Suíça, torneio em que é bicampeão, para voltar, já na próxima semana, ao saibro, menos de três semanas antes dos Jogos Olímpicos.
Mesmo com a difícil adaptação à troca de pisos, ele destacou a importância e o orgulho em defender a pátria na competição por equipes do tênis mundial.
“É, jogo em Gstaad na próxima semana. A prioridade sempre foi defender nossa equipe na Copa Davis, já abri mão de muitos torneios para estar na nossa equipe, independente de contra quem a gente jogue. Sempre estou presente, só faltei a um duelo desde 2007. Eu gosto de jogar, gosto de jogar com a torcida. (O confronto) Também serve como preparação (para as Olimpíadas), escolhemos o piso em função das Olimpíadas, vai ter um gostinho de entrar na quadra e ter uma sensação parecida. Vou pisar lá dentro e dar o meu melhor. Acredito que vamos conseguir um bom confronto”.
Rogério Dutra Silva, por sua vez, vive uma lua de mel. Atravessando a melhor fase da carreira aos 32 anos, ele está garantido nas Olimpíadas, algo que o 90º da lista masculina admite ainda não acreditar, e celebrou a volta, após quase dois anos, ao selecionado brasileiro da Davis – seu último confronto fora em setembro de 2014, quando o país bateu a espanha, por 3x2, em São Paulo, também pelos playoffs do grupo mundial.
“É muito bom estar de volta, numa das competições que mais gosto, sempre tento o melhor possível para estar aqui. Mesmo sem estar jogando, o pessoal estava me abraçando. Em relação à Olimpíada, nem caiu a ficha; já pedi alguns conselhos pro Bruno. Só vai cair a ficha quando eu pôr o pé lá pela primeira vez, é muito especial”.
Por fim, João e Rogerinho revelaram os papos do time brasileiro sobre os rivais equatorianos, que vem com uma equipe modesta, cujas chances contra o Brasil são pequenas – o melhor ranqueado é Emilio Gomez, 317º. Além dele, também jogam Gonzalo Escobar, Roberto Quiroz e Ivan Endara.
“É uma conversa constante (entre a equipe brasileira, sobre o equador), algo que a gente faz todo dia. Conhece todo mundo (dos adversários). Por mais que o calendário deles seja diferente, são todos conhecidos. Jogamos ano passado contra eles. Esta é nossa função primordial: explorar melhor as fraquezas deles. Esse é o ponto chave da semana de preparação”, declarou o capitão, endossado em seguida por Rogerinho.
“É uma conversa diária mesmo. As condições são um pouco diferentes, quadra dura. Um vai dando toque para o outro”, concluiu.