Por Ariane Ferreira – Uma semana após o inicio da chave do Brasil Open, é possível fazer uma melhor avaliação da mudança da competição do Ginásio do Ibirapuera para o Esporte Clube Pinheiros. Da quadra coberta para a descoberta. Tendo vivido boa parte dos prós e contras da mudança.
Por isso, o Tênis News ouviu jogadores, que já disputaram a competição no Ibirapuera e viveram a mudança. Em pontos gerais, todos os jogadores gostaram da mudança, elogiaram a estrutura dada tanto para treinos como para competição.
Entretanto, há quem prefira o Ibirapuera, mesmo que por motivos ‘egoístas’, por assim dizer. Este é o caso do brasileiro João Olavo Souza, o Feijão, semifinalista da última edição e que este ano caiu na primeira rodada do quali no Pinheiro: “Particularmente, prefiro lá (Ibirapuera), mas eu falo porque lá a quadra é coberta, meu saque anda mais. Eu sempre gostei de jogar lá, gosto mais de quadra coberta. Longe de dizer que o torneio aqui (Pinheiros) está ruim aqui. Mas opino por causa das características do meu jogo”.
O tenista de Mogi Guaçu comentou que ambos os locais têm pontos positivos e negativos e lembrou que no Ibirapuera os jogadores “pouco viam a luz do sol” por fazer tudo em áreas cobertas e a estrutura de treino ser menor.
Rogerio Dutra Silva, o Rogerinho, prefere o Pinheiros: “Aqui é um pouquinho mais lento, você tem mais tempo”.
Para os jogadores brasileiros o clube Pinheiros remete a seus tempos de juvenil, muitos deles disputaram várias competições da base no clube paulistano e a nostalgia acaba sendo inevitável.
O ex-tenista e comentarista dos canais ESPN, Fernando Meligeni, apontou o carinho que todos têm pelo clube Pinheiros. E destacou que “fica bom para o torneio enquanto o clube recebe o torneio de braços abertos”. De acordo com o ex-top 25, “quando um clube começa a impor muitas restrições e o sócio passa a achar que tem mais direito mesmo sendo um evento aberto, como acontece em muitos lugares do mundo, é o caso para repensar”.
Ao menos nesta edição, todos os tenistas sentiram-se bem recebidos pelo Pinheiros. Este é o caso do argentino Federico Delbonis, campeão do Brasil Open 2014 na quadra coberta do Ibirapuera naquela que foi sua primeira competição indoor o saibro. “O clube muito bonito. temos instalações muito boas, então temos que aproveitá-las”, pontuou o argentino que destacou que o grande problema da competição outdoor em São Paulo é o período de chuvas.
Chuva e diferentes condições, principalmente de velocidade, é o que mais intriga os tenistas, pois o piso no Pinheiros é mais lento como apontado pelos jogadores e há muita diferença entre jogar no dia e a noite, como comentários vários jogadores, dentre eles os duplistas Bruno Soares e Marcelo Melo, e os jogadores de simples Dusan Lajovic, Delbonis e Pablo Carreño Busta.
“No indoor as condições são sempre a mesma, então você não precisa se adaptar”, comentou Lajovic que prefere quadras descobertas e jogar com altas temperaturas.
Principal favorito no torneio, o francês Benoit Paire sequer sabia que o torneio havia mudado de clube, disse ter ficado surpreso com a mudança. “Honestamente as condições são boas, quando não está chovendo, porque ontem eu não consegui treinar. Eu prefiro indor. O clube é ótimo, o ambiente é ótimo”, declarou.
Por fim, Marcelo Melo recorda que encarar a quadra centra do Ibirapuera lotada, com mais de 8 mil pessoas os apoiando é especial: “Não posso esconder que jogar naquela quadra central cheia é muito bom para nós”.