Por Ariane Ferreira - As mudanças do Brasil Open para sua 16ª edição causaram estranheza no público. Entretanto, uma tornou-se reclamação frequente entre os fãs do esporte, que é o valor dos ingressos, que em alguns casos quadruplicaram seu valor.
O Tênis News conversou com a organização da competição para entender as mudanças do torneio, que deixou o antigo Ginásio do Ibirapuera para o Clube Pinheiros, no intuito de colocar o torneio ainda mais "em casa", o que agradou a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e aos jogadores - clique aqui e confira - e entendeu como além das mudanças como os fatores econômicos interferiram no cálculo.
De acordo com o diretor do torneio, Roberto Marcher, a competição paulistana segue a tendência mundial dos valores de ingressos e acréscimo de valor, que determina o aumento do valor conforme a chave vai avançando e chegando as etapas finais.
O diretor ainda fez questão de destacar que o Brasil Open é dos poucos torneios do circuito ATP no mundo que cobram apenas ingresso para o dia e não divide sua programação entre rodadas diurnas e noturnas aumentando o gasto para duas entradas. "O torcedor pode ficar aqui umas doze horas. Ele pode chegar no início do dia e consegue aproveitar tudo", pontuou.
Com a economia em recessão, tudo no Brasil tem ficado cada vez mais caro e não foi diferente com os ingressos do Brasil Open. Em 2015, os ingressos de primeira rodada no setor superior lateral custava R$15,00, em 2016 a mesma rodada e o mesmo setor custa R$ 70,00. Apenas neste exemplo é possível verificar que o preço está quatro vezes mais caro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA) apresentou entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016 aumento real de 14,16%, que foi automaticamente incluído no preço de todos os produtos, inclusive do setor de entretenimento, que não entram nas contas do IPCA -15. O Índice analisa outros nove setores essenciais da economia.
A organização do torneio paulistano pondera ainda que outros fatores influem no cálculo para se chegar ao valor dos ingressos.
Exemplo disto, é a lei estadual da meia entrada, que dá direito a estudantes de todos os níveis e a idosos a pagar metade do valor do ingresso. De acordo com a equipe do torneio, 40% das entradas têm obrigatoriamente que ser reservadas para este público. Entretanto, em média 50% de toda a audiência que frequenta a competição compra entradas através deste direito.
A alta do dólar é outro fator preponderante no cálculo já que tem influência em diversos gastos da organização.
Marcher fez questão de ressaltar que o torneio não "contrata" jogadores para participar das chaves. "Aqui não tem garantias (cachê) para jogadores. Querem vir, serão muito bem recebidos, vamos dar toda assistência e tentar fazer a melhor experiência para eles", declarou.
Por fim, Roberto Marcher pontuou que o intuito do Brasil Open é tornar o tênis cada vez um torneio menos "elitizado" e voltou a destacar que o torneio busca seguir as tendências mundiais.