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Presidente da ATP diz que 'isto não é a FIFA'. Butorac ataca

Quarta, 20 de janeiro 2016 às 14:41:19 AMT

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Conversas com oficiais de Associações, comentaristas e jogadores pelo Melbourne Park mostram diferentes versões: alguns dizem que são rumores que tomaram uma proporção maior do que deveriam e outros que é apenas a ponta do iceberg.



“A reportagem da BBC e do BuzzFeed refere-se a eventos que ocorreram há dez anos atrás, [mas] vamos investigar quaisquer novas informações, como sempre fazemos”, disse Chris Kermode, Diretor da ATP, na segunda.

 

Uma das maiores questões fica por conta do TIU (Tennis Integrity Unit), órgão criado para investigar as denúncias. Os membros são independentes, mas trabalham em cooperação com a ATP, a WTA e os quatro Grand Slams, o que envolve casas de apostas. Daí que a atuação do corpo do TIU é posta em xeque.

 

Hoje, Kermode atacou quem acusa a ATP. “É ridículo sugerir que há algum tipo de encobrimento. Isto aqui não é a FIFA, que é uma entidade, apenas. O tênis é uma grande família e a ideia de conspiração entre sete ou oito órgãos é irrisória”, alegou.

 

“O que o TIU pode fazer melhor?”, perguntou o americano Eric Butorac, Presidente do Conselho de Jogadores da ATP e ex parceiro de duplas do brasileiro Bruno Soares. “Não sei o que ele [TIU] está fazendo porque está fechado no momento. Temos que pôr mais dinheiro no órgão para fazê-lo operar melhor? Ok, vamos fazer isso. Se há um número ‘X’ de partidas sob suspeita, como consertamos isso? Não é um alto número, mas, se há um número, queremos os jogadores expulsos”.

 

À exceção de Djokovic e, no dia de ontem, na Austrália, Thanasi Kokkinakis, não houve grands denúncias, desde que o escândalo veio à tona. Butorac, um jogador de duplas, e os também americanos Denis Kudla e Austin Krajicek, assim como o letão Ernests Gulbis, disseram nunca ter sido asseadiados, como também alegaram os tops Andy Murray, Roger Federer, Serena Williams e Maria Sharapova.

 

Mas Steve Johnson, 32º da ATP, disse a um pequeno grupo de repórteres que foi contactado via Facebook – mesma forma como denunciou Kokkinakis - por alguém que ele não conhecia, durante um torneio em Houston, EUA, em 2014. Na mensagem, a pessoa perguntou a Johnson o que ele achava da partida daquele dia, avisando que tinha plano de apostar nela.

 

“Não sei se aquilo era pra valer”, disse o americano. “Não se leva muito a sério o que as pessoas te dizem nas redes sociais, especialmente após uma vitória ou uma derrota. É engraçado pensar em como se deu a situação. Mas reportei à ATP imediatamente”.

 

“O TIU rapidamente começou a acompanhar tudo comigo neste incidente. Acho que é para isso que estão neste esporte. E quanto à corromper-se, penso ser uma questão de caráter: aqueles que têm, não entrarão nessa roubada”.

 

Butorac, no entanto, sente que todo o caráter do esporte foi injustamente posto em dúvida pela reportagem da BBC, porque o mesmo não nomeou jogadores. “Eles estão com muito medo para nomear pessoas”, falou sobre o relatório, criticando em seguida. “É um golpe baixo acusar a todos nós. Se eles têm provas de que algo está acontecendo, então mostre-as. Dou tudo que tenho a cada vez que entro em quadra. Gostaria de pensar que meus colegas de profissão também o fazem. Se eles puderem nos mostrar [as provas], no entanto, vamos nos livrar daqueles que não [dão tudo de si]”.

 

 

“Acho que o número de partidas combinadas não chega aos dois dígitos [10], em meio às milhares que são jogadas na ATP todos os anos. Mas eu adoraria mais dados, gostaria muito que os repórteres nos mostrassem. Todos [os tenistas] nos sentimos atacados [pelas denúncias]”, concluiu o ex parceiro de Bruno Soares.

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