A modéstia na personalidade é tão natural quanto seu devastador backhand de uma mão. Quando pensar em mensurar as possibilidades de Stan Wawrinka nos quatro Grand Slams de 2016, a última pessoa a quem devemos perguntar sobre é... Stan Wawrinka.
“São só dois anos e meio ou três desde que voltei ao top 10, que estou no top 5”, disse Stan ao site do Australian Open. “Sim, eu ganhei dois Grand Slams em dois anos, mas ainda é algo tão incrível para mim que não parece normal. Então, é difícil pôr como objetivo ganhar um major novamente”.
Essa declaração vem de um tenista que venceu mais Grand Slams do que Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray, juntos, nas últimas duas temporadas.
“Eu sei quão difícil é [vencer um major], sei que o desafio é grande, e é por isso que não é um objetivo. Estou muito longe para almejar isso”, alegou, de forma quase inacreditável para aqueles que acompanham o circuito da ATP, o modesto suíço. “Meu objetivo é dar a mim mesmo chance de estar no melhor nível nos Grand Slams, e, sendo assim, sei que tenho chance de vencer os melhores. Mas, para isso, você tem que fazer todas as coisas certas durante o ano”.
Se é verdade que Wawrinka ainda não atingiu tal nível, ele está falhando melhor do que nunca, como diz sua tatuagem [“Sempre tentei. Sempre falhei. Não há problema. Tente de novo. Falhe de novo. Falhe melhor”]. 2015 foi seu melhor ano no circuito, até agora, com mais vitórias – 55 – e títulos – 4 – do que qualquer outro.
Se o número dois da suíça não consegue ter a consistência dos adversários que estão no top 3, ele ao menos tem vitórias sobre todos do “big three” nos últimos doze meses, com destaque para a final de Roland Garros contra Novak Djokovic – a única derrota do número 1 em um major, em 2015.
Ele pode não admitir, mas todos sabemos que, quando o assunto é as vitórias nos quatro maiores torneios, “Stan the Man” sempre entra na conversa.