Juan Martín Del Potro treina há pouco mais de três meses com a esperança de retornar ao circuito. Qualquer que seja a data, o argentino tem essa obsessão desde a última vez que pegou na raquete, em Miami, em setembro passado.
Desde aquele momento, dedicou-se, em maior ou menor medida, ao fortalecimento físico, ao treinamento de tênis, à kinesiologia, técnica que permite, através do questionamento muscular, identificar desequilíbrios corporais, e a provar treinamentos distintos para proteger o pulso esquerdo, operado três vezes.
Nos últimos dias do ano, após várias semanas de treinamento em bom ritmo, Del Potro teve uma nova inflamação no pulso. Aproveitando que já havia decidido não jogar a gira australiana, entendeu que o melhor era ficar, por ora, sem praticar tênis – apesar de não ter abandonado os exercícios físicos, já que foi visto correndo em Tandil, sua cidade natal, várias vezes -. Celebrou o Natal com a família em Tandil e o Ano Novo com os amigos, na costa de Buenos Aires. Já retomou os treinamentos, e seu próximo passo é animar-se a competir mesmo não estando nas melhores condições técnicas.
“Juan Martín é consciente. Quando sentir que pode ser competitivo, voltará. Está com muita vontade, e as vezes a ansiedade faz com quem a cabeça trabalhe mal. Aí que é fundamental a presença da família e dos amigos”, disse Marcelo Gómez, formador de dezenas de tenistas em Tandil e colaborador de Delpo, junto com Daniel Orsanic (ex técnico de Thomaz Bellucci e capitão da Argentina na Copa Davis) e Mariano Hood. “Ele não se põe metas imediatas; vai vendo como o pulso responde. Quando o corpo permitir, irá voltar a jogar tênis em alto nível. [ele] Tem muita vontade disso.”
Del Potro está buscando bater o backhand de duas mãos naturalmente, de forma que sinta a menor dor possível. Depois de sua última cirurgia, realizada em Minnesota (EUA), ele fortaleceu o antebraço e o pulso, mas ainda sim teve que modificar a forma de bater o revés: executando-o de forma plana, para que o pulso fique rígido, não gire, tenha o menor movimento possível e não trabalhe tanto. Assim fez na maior parte das vezes, ainda que numa minoria, impulsionado pela vontade de sentir-se bem, o argentino batia na bola de forma normal, o que logo significava novas dores na munheca tão prejudicada.
Após descartar a gira australiana, Delpo avalia em que torneio voltar a competir, não querendo cair numa chave tão forte, como fez na sua volta em 2015, quando foi direto ao Masters 1000 de Miami. Algumas opções são o ATP’s 250 em quadras duras de Memphis – disputado na mesma semana (8 a 14 de feveiro) que o ATP de Buenos Aires, em seu país natal -, e de Delray Beach, na semana seguinte, onde Del Potro venceu em 2011, após voltar da primeira cirurgia, e que tradicionalmente não é tão forte. Também está na lista o ATP 500 de Acapulco, de 22 a 27/2, também sobre piso duro.
Com Franco Davin, que o acompanhava há muitos anos, trabalhando com Grigor Dimitrov, Del Potro ainda não nomeou um novo técnico. Ainda precisa ter certeza sobre seu futuro no tour. No entanto, rumores surgiram sobre a possibilidade de Mariano Hood, braço direito de Orsanic, acompanhá-lo nos primeiros torneios.
Em novembro, o argentino postou uma mensagem em suas redes sociais que encheu os fãs de esperança. “Todo o esforço que faço, desde que tomei a decisão de operar pela última vez, é para voltar ao circuito. A única incerteza é o torneio. Não tenho dúvidas de que voltarei, resta saber quando o onde”.
Esperamos ansiosos, Delpo.