Por Fabrizio Gallas - Marcelo Melo entrou para a história do tênis ao se tornar o primeiro brasileiro número 1 do mundo nas duplas e a desbancar os irmãos Bob e Mike Bryan que há mais de três anos dominavam o ranking da categoria.
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O mineiro conquistou Roland Garros e uma série de quatro títulos no fim de ano se consolidando no topo e fechando a temporada na frente do ranking. Ele começará a nova temporada a partir do dia 11 de janeiro no ATP 250 de Sydney, na Austrália, ao lado do canadense Daniel Nestor e depois retoma a parceria habitual com o croata Ivan Dodig.
O tenista sabe que será o cara a ser batido por sua posição, mas não vê pressão pela defesa de pontos que já começam com a semi do Australian Open: "Não tenho pressão por defender pontos, acredito que fazendo as coisas corretas, estando focado, os resultados aparecem. Se eu focar em ter que defender ou pensar que tenho que fazer um resultado , vou pensar de maneira errada , só vai me trazer pressão e ansiedade", afirmou Melo:"Acho que serei o cara a ser batido, mas isso não faz meu modo de pensar. Quando eu era 3 do mundo também era o cara a ser batido porque até então os Bryans estavam no topo há não sei quantos anos".
Melo afirmou ter altas expectativas para 2016 como principal objetivo conquistar uma medalha Olímpica no Rio de Janeiro ao lado de Bruno Soares. Ele jogará alguns torneios antes com Bruno, mas não definiu quais: "Conseguir uma medalha nas Olimpíadas é um objetivo. Expectativas são excelentes, Eu e Ivan tivemos o melhor ano de nossa carreira como dupla tivemos resultados inéditos. Ainda estamos em evolução, o que me faz acreditar que ótimos resultados ainda estão por vir".
Jogar os torneios do Brasil no Rio Open e Brasil Open ainda não estão confirmados para Marcelo, o que ele destaca é que dificilmente Dodig virá para cá por conta dos eventos de piso duro na Europa. Melo aponta que deve ir para Roterdã na semana do dia 8 de fevereiro, depois uma semana que não confirma onde joga (Rio de Janeiro, Marselha ou Memphis) e provavelmente depois em Acapulco na semana do torneio paulista, mas esse calendário provisório ainda será conversado com o croata durante o Australian Open.
Melo foi destaque nos jogos de duplas do International Premiere Tennis League, a liga de estrelas na Ásia onde participou de todos os confrontos somando vitórias contra Roger Federer ao lado de Andy Murray e experiência ímpar: "Foi uma experiência incrível, dentro e fora das quadras. Dentro tive a oportunidade de jogar com o Murray, Wawrinka e o Kyrgios como parceiros. Fora de quadra tivemos todos uma convivência muito legal, não é comum durante o ano, como por exemplo sempre viajar todos juntos no mesmo avião entre as cidades . Conheci lugares que não conhecia como Dubai e Cingapura", disse: "Só tenho coisas positivas para falar do IPTL , todos os jogadores com um enorme prazer , Wawrinka sempre foi um dos meus favoritos, ter a oportunidade de jogar com ele foi bem legal, ele ainda ter pedido para jogar comigo deixou o momento mais especial ainda".
De acordo com o brasileiro, as quase três semanas jogando a competição não vão atrapalhar para sua preparação para a temporada regular, pelo contrário: " "Ajudou muito no meu caso, lá pude treinar e jogar no mais alto nível possível, vários tenistas estavam em pré-temporada. Treinava com o Carlos Moya pela manhã e jogava com o Roger Federer à noite".
Melo destaca ainda que o IPTL traz coisas que poderiam ser mudadas no tênis como uma interação maior com o público: ""Com certeza tem um clima diferente , jogamos com DJ tocando a cada término de ponto, nas viradas e etc. Isso traz uma interação legal com o público. Pra mim o tênis deveria encontrar uma maneira de interagir mais, como músicas às vezes, algumas ações nos intervalos dos sets, acho que o público iria gostar".