Após 31 semanas de torneios, o paulista Thomaz Bellucci (Correios/ CBT/ adidas/ Embratel/ Wilson/ IMM) está oficialmente de férias. Poucos dias, mas muito importantes para iniciar a pré-temporada a daqui uma semana e já começar a trabalhar para 2016.
Foram 31 torneios do ano - quatro Grand Slams, oito ATP Masters 1000, cinco ATP 500, 11 ATP 250, um challenger e dois confrontos de Copa Davis -, um título no ATP 250 de Genebra, duas semifinais (ATP 250 de Quito e Gstaad), um total de 30 vitórias e 30 derrotas. Bellucci começou o ano na 65a. posição e está terminando 2015 na 37a. colocação.
Bellucci ainda participa este ano do Correios Brasil Masters Cup 2015 - Aquece Rio, evento-teste do Centro Olímpico de Tênis da Barra, no Rio de Janeiro, que acontece de 10 a 12 de dezembro. O tenista número 1 do Brasil também está concorrendo às categorias Melhor Tenista Geral e Melhor Tenista de Simples do Prêmio Tênis 2015, que será entregue no dia 12.
A pré-temporada começa na próxima semana, segunda-feira, dia 23, com a preparação física na 4Perform em São Paulo, Logo depois, dia 30, segue para o Rio de Janeiro para encontrar o técnico João Zwetsch e dar início aos treinos técnicos, na academia Tennis Route.
Primeiros torneios de 2016
04/01 - ATP 250 de Brisbane
11/01 - ATP 250 de Sydney
18/01 - Australian Open
01/02 - ATP 250 de Quito
08/02 - ATP 250 de Buenos Aires
15/02 - ATP 500 do Rio de Janeiro
22/02 - ATP 250 de São Paulo
07/03 - ATP Masters 1000 de Indian Wells
21/03 - ATP Masters 1000 de Miami
O tenista número 1 do Brasil e sua equipe fazem um balanço da atual temporada que se encerra e falam sobre as perspectivas para 2016.
Thomaz Bellucci
Balanço 2015 - "Não foi o início de temporada que esperávamos. Foi um começo difícil, joguei bem abaixo do que poderia, talvez muito pela adaptação de voltar a treinar com o João. Mas sabia que seria uma questão de tempo, pois eu e o João temos uma boa sinergia. Mesmo assim, seguimos treinando forte e confiantes que poderíamos dar a volta por cima. E ela enfim aconteceu. Em Miami acabei me reencontrando dentro de quadra e mantendo uma consistência técnica, mental em jogos duros e conseguindo vencê-los. Daí pra fentre a temporada mudou e tive resultados consistentes até o US Open, somando muito pontos e fazendo bons jogos contra os top 10. Foi uma temporada positiva, que consegui alcançar a maioria dos meus objetivos.
Temporada 2016 - "A temporada de 2016 vai ser diferente por ser ano olímpico e especial pelos Jogos serem no Brasil. Não iremos fazer nenhuma preparação específica para os Jogos, mas vamos buscar chegar em agosto na melhor forma física e mental possível para ir atrás da medalha. As Olimpíadas serão um marco na minha carreira e sei que um bom resultado no Rio pode alavancar a minha carreira em muitos aspectos, a motivação e a superação vão ser muito grande em poder representar bem o Brasil. Em relação ao circuito da ATP estou motivado pra fazer a melhor temporada da minha carreira. Estou feliz e confiante com a minha atual equipe (João, André e Paulo) e quero começar o ano voando baixo, buscando bons resultados já nas primeiras semanas, pra ganhar ritmo e confiança na largada. Todo mundo sabe que não costumo fazer projeção de ranking, até porque como sempre digo, o ranking é consequência dos resultados, mas vamos seguir trabalhando duro para me firmar entre os melhores".
João Zwestch, técnico
Balanço 2015 - "Foi um ano bom. A primeira parte do ano foi de reestruturação na forma dele jogar, principalmente da minha parte que estava voltando a trabalhar com o Thomaz depois de alguns anos. Então os quatro primeiros meses foram uma fase de readaptação, tanto minha quanto dele. Precisei de uns três, quatro torneios para ter uma ideia mais clara do que realmente estava acontecendo para fazer uma análise mais precisa e traçar um planejamento mais objetivo. Depois que encontramos esse caminho, o trabalho fluiu bem, tivemos ótimos momentos no ano, uma temporada europeia no saibro muito boa. O final do ano, foi um pouco aquém do que esperávamos, mas ainda são necessários alguns ajustes no jogo dele para podermos visualizar e vislumbrar resultados ainda mais expressivos nas quadras duras e um pouquinho de pé frio nos sorteios, Raonic, Ferrer, Monfils em sequência… A gente sabe que são torneios duros, que isso pode acontecer, mas sempre tem algumas rodadas ou pelo menos alguns jogos mais acessíveis para ganhar um jogo de primeira rodada e chegar em uma segunda ou terceira rodada com mais confiança. O mais importante é que este ano ele recuperou um nível muito bom de tênis, a maior parte dos jogos que ele jogou este ano contra supostos adversários que ele "deveria" ganhar ou poderia ter uma chance maior de vencer, a maioria ele ganhou, voltou a conquistar um título também. Não ganhou nenhum jogo contra um top 10, mas é algo que ainda falta para ele, é um trabalho mais importante que tem que se fazer nessa questão emocional e física".
Temporada 2016 - "Temos boas expectativas para o ano que vem. O Thomaz tem um início do ano, com a exceção da semifinal de Quito, sem pontos para defender até Miami. Serão três torneios na Oceania (Brisbane, Sidney e Australian Open), São Paulo, Rio de Janeiro, Quito, Indian Wells e Miami. Espero que ele possa fazer um bom início de temporada e se aproximar bastante do top 20 já no começo do ano, para que no decorrer do segundo semestre, na entrada da temporada europeia, ele já se aproxime desse objetivo e possa repetir na Europa uma performance pelo menos no nível que ele fez este ano ou melhor para chegar onde almejamos. Serão necessários alguns ajustes, evoluir em algumas coisas dentro do jogo e também na questão emocional para que ele possa se firmar no top 20, saber lidar melhor com os momentos importantes do jogo, ter mais calma e tranquilidade nas horas decisivas da partida, não perder o padrão de jogo nas horas fundamentais… Tudo isso tem que se consolidar, ser feito com uma qualidade melhor".
André Cunha, preparador físico
Balanço 2015 e temporada 2016 "Uma das coisas que mais direciona a qualidade do trabalho é a evolução do atleta ao logo do tempo, porque como temos semanas muito curtas na pré-temporada, temos então que fazer um planejamento a longo prazo de como uma temporada pode alimentar positivamente a outra. E se a gente deixa ou perde esse "flow" (fluxo) de temporadas que vão se alimentando de maneira positiva, quer dizer que talvez as escolhas dentro da pré-temporada não estejam interferindo de maneira positiva na próxima pré-temporada, ou seja, 12 meses depois. E uma das coisas que ficou clara para mim é como as escolhas da pré-temporadas, as prioridades de trabalho com o Thomaz vem sendo bem escolhidas e isso está refletindo em temporadas cada vez melhores e, consequentemente, as prioridades de cada uma das preparações , as prioridades de cada uma das preparações ficam mais claras e o trabalho vai ficando cada vez mais acertivo e isso tudo reverte em resultado e o Thomaz jogando melhor. O que eu tenho certeza é de um 2016 excelente com o Thomaz jogando bem e saudável. Resumindo, 2015 foi muito positivo em termos físicos pro Thomaz. Diferente de 2013 e 2014, quando ele perdeu alguma semanas por problemas físicos, em 2015 ele pode jogar um calendário completo e se manter fisicamente consistente. É visível a melhora na movimentação dele dentro de quadra e possível notar que o Thomaz está fisicamente mais forte. Desenvolvemos um trabalho focado em prolongar ao máximo a carreira dele, já que hoje em dia os jogadores estão tendo seus melhores resultados perto dos 30 anos, que é a idade que o Thomaz se encontra! O que eu tenho certeza é de um 2016 excelente com o Thomaz jogando bem e saudável".