A romena ex-número 1 do mundo Simona Halep, concedeu uma entrevista ao jornal britânico The Telegraph, na qual afirma que não é justo que os casos de positivo no antidoping da polonesa Iga Swiatek e do italiano Jannik Sinner tenham sido "mantidos em segredo".
A romena testou positivo em teste antidoping realizado durante o US Open 2022 para a substância Keto MCT, chegou a ser condenada a três anos de suspensão, mas teve sua pena revisada pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) e cumpriu 9 meses.
Apesar de já ter cumprido sua pena e estar de volta ao circuito, Halep mantém sua postura crítica ao sistema de controle antidoping do esporte profissional e vê injustiça nos casos recentes de Sinner, que testou positivo para Clostebol em março de 2024 em duas oportunidades, mas foi considerado inocente dada quantidade da substância em seu organismo e as provas de inocência do processo. Entetanto, como o tenista ficou apenas um total de 5 dias suspenso provisoriamente, seu caso foi divulgado em agosto, quando já havia sido julgado. Caso semelhante ao de Iga Swiatek, que testou positivo antes do WTA 1000 de Cincinnati em agosto, cumpriu um mês de suspensão provisória, conseguiu uma liminar e disputou o WTA Finals, e foi julgada e punida, também dada quantidade de sua substância, em um mês de suspensão. O caso da polonesa também foi divulgado apenas quando ela já havia sido julgada, no mês de novembro.
Para Halep isso demonstra tratamento desigual dos dois tenistas para com ela.
"Ouvi algumas pessoas dizerem que não descobri a contaminação mais rápido. Mas a substância [Keto MCT] que eu tinha era muito difícil de encontrar. Você encontra na China ou em outro lugar, não sei exatamente, e demorou para ser entregue para que pudessem fazer o teste. Não foi minha culpa porque não queria encontrar [o contaminante] - sabe o que quero dizer?”, iniciou.
“O que eu acredito que não é justo também é que eles anunciaram meu caso imediatamente, e recebi toda a pressão da imprensa, e para esses dois jogadores eles mantiveram isso em segredo, e eles só falaram sobre o caso quando tudo estava feito, então é muito estranho. E eu pedi também para levantar a suspensão provisória para poder jogar. Eu disse, ‘Se você acredita que no final eu sou culpado, você pega os pontos de volta e todo o dinheiro e tudo, mas me deixa jogar,’ porque eu queria manter o ritmo. Eu perguntei isso umas duas ou três vezes, mas agora eles [Sinner e Swiatek] podiam jogar”, disparou.
“A jogadora – eu não quero dar nome, você sabe de quem eu estou falando – ela teve uma suspensão de três semanas, então ela jogou dois eventos, e então ela recebe uma suspensão de novo. O que é isso? Quer dizer, eu não entendo. Então eu sinto que não é justo”, completou.