Em entrevista coletiva após a vitória na semifinal de Wimbledon, Novak Djokovic lembrou o recorde de oito títulos de Roger Federer e afirmou que a história estará em pauta na final contra Carlos Alcaraz no domingo.
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“Estou ciente de que Roger tem oito Wimbledons e eu tenho sete, a história está em jogo, além de um potencial 25º Grand Slam. Claro que isso serve de motivação, mas ao mesmo tempo traz pressão e expectativas. Cada vez que entro em quadra sei que tenho 37 anos e estou competindo contra jovens de 21, mas ainda espero vencer a maioria das minhas partidas, as pessoas esperam que eu ganhe 99% das minhas partidas. Cada vez que vou lá tenho que fazer todo o possível para estar no mesmo nível do Carlos, do Jannik, do Sascha ou do Daniil. Este ano não foi tão bem sucedido para mim, é provavelmente o primeiro semestre mais fraco que tive em muitos anos, mas tudo bem, tive que me adaptar e aceitar, tentar encontrar uma saída para uma lesão e reagrupar tudo. Durante muitos anos não cheguei em Wimbledon com o nível desejado e acabei conquistando o título, depois as coisas mudaram. Wimbledon só traz à tona o que há de melhor em mim, me motiva a sempre aparecer e dar o melhor de mim. Tenho consciência do que está em jogo em cada Grand Slam que jogo, há sempre uma história em jogo, utilizo-a como combustível para jogar o meu melhor tênis", sentenciou o sérvio.
Ele comentou estar surpreso pelo nível que está jogando após a cirurgia que passou no joelho.
"De certa forma tudo isso é surreal, sempre foi meu torneio preferido desde criança, sempre repito. Sempre me lembro de não considerar nada garantido, principalmente quando se está disputando a final do maior torneio da história do esporte. Quando cheguei a Wimbledon, a verdade é que não tinha a certeza se jogaria até três ou quatro dias antes, mas fiz um esforço extra para recuperar o mais rápido possível só porque era Wimbledon. Estou muito feliz por chegar à final, embora não tenha pensado nisso nas primeiras rodadas, só pensei em me movimentar bem e não me machucar, me sentir livre de alguma forma. Acho que isso só aconteceu na terceira ou quarta rodada, foi quando comecei a jogar perto do meu melhor, quando vi que teria chance de brigar pelo título”.
Ele comentou sobre a rivalidade contra Alcaraz. Ano passado eles fizeram a final com incrível vitória do espanhol: "A final de Wimbledon é a partida de tênis mais assistida do ano em todo o mundo, não apenas na Inglaterra, então suponho que dará mais importância ao dia. Não tenho certeza se vou partir o coração do Carlos (Alcaraz), não tenho interesse em fazer isso, acho que ele ainda é muito jovem, embora já tenha três Grand Slams e vá para o quarto. Ele surpreendeu a todos nós no ano passado com a forma como jogou no Queen's e em Wimbledon, para alguém que cresceu na Espanha não se poderia esperar algo assim, ou talvez se esperasse mais em Roland Garros, como aconteceu nesta temporada, ou no US Open, como aconteceu anos atrás. Mas a forma como ele se moveu na grama nestes últimos dois anos tem sido fantástica, vejo muitas semelhanças entre ele e eu em termos de capacidade de adaptação às superfícies. Eu diria que essa é a sua maior característica, ele tem habilidade para jogar bem em qualquer lugar e se adaptar a qualquer adversário em um determinado dia. Ele é um jogador muito completo, o que fez tão jovem é impressionante, tenho certeza que vai ganhar muito na carreira”.
Ainda sobre sua recuperação, ele apontou: "Não quero provar que as pessoas estão erradas, só estava focado em jogar Wimbledon mais uma vez. Não fui imprudente, isso significaria que fui contra os médicos que orientavam minha reabilitação, mas nada disso aconteceu. Assim que iniciamos a reabilitação, acompanhei todos os passos do dia a dia, fiz ainda mais do que isso para chegar a Wimbledon, tendo consciência disso. Concordamos então que não falaríamos sobre a minha participação até 3-4 dias antes do início do torneio. Até eu chegar a Londres e testar meu treinador na quadra, jogando treinos, não saberíamos como ele reagiria. Todo o processo destes últimos 20 dias é o que nos tem dado os indícios positivos. Entendo que as pessoas pensem que tudo foi muito prematuro, ou que fui imprudente, mas não creio que tenha sido. Não esqueçamos que o Taylor Fritz, num caso muito parecido com o meu, conseguiu voltar 21 dias após a cirurgia e jogou aqui várias rodada de quatro ou cinco sets, foi ótimo. Para mim foi muito encorajador saber que já havia alguém que passou por aquela situação.”