Tênis brasileiro muda de patamar após o Rio Open

Por Fabrizio Gallas - A sexta-feira foi de derrotas para o tênis brasileiro, mas a semana foi de vitórias. É preciso olhar com o copo não meio cheio, mas muito cheio. Três brasileiros nas quartas de um ATP ao mesmo tempo em casa após 23 anos, primeira vez no Rio Open, e em um ATP 500. Não é pouca coisa ainda mais para nosso tênis que é carente se comparado com outras escolas mais tradicionais.

As derrotas desta sexta-feira foram jogos duros, com chances . Monteiro e Wild não eram favoritos, pegaram dois top 30 e tiveram grandes momentos, mostraram força e saem de cabeça erguida. Fonseca pecou pela falta de experiência e acusou a parte física, talvez o mental uma vez que suas hipóteses nesta quartas de final eram mais claras que nos demais jogos. Muito normal ainda mais para um menino de 17 anos.

Os brasileiros viraram a chave nesta semana, encorparam. Thiago Monteiro volta a jogar um bom tênis e já fica bem próximo do top 100, perto de vaga nos Grand Slams. Thiago Wild também tem o melhor ranking será 72 ou 73 do mundo, já entraria em alguns dos Masters 1000 e consolida seu resgate após um começo de ano muito abaixo do que havia apresentado em 2023.

Fonseca muda o patamar de vez. Terá salto para dentro do top 350, estava inscrito em M25, os antigos futures, e agora fixa o calendário em challengers e recebeu um convite para o ATP 250 de Santiago, no Chile, que começa nesta segunda-feira. Fora isso mostra uma maturidade acima do normal para sua idade e que sem dúvida seguirá brilhando pelo circuito mundial. Já impressionou a mídia internacional. Parece ser bem pé no chão e humilde para alcançar seu máximo potencial nos próximos anos. É preciso paciência também, ele não vai sair ganhando tudo de uma hora pra outra. 

Se já vivemos momentos de glória com nossas meninas, agora o tênis masculino volta a ganhar os holofotes e muda de patamar, traz mais visibilidade. 

O que é mais legal disso tudo é que esse sucesso do Fonseca vai ajudar Wild e Monteiro que não estarão mais no foco total, mas irão se puxar com uma menor pressão. Por consequência tendem a puxarem os demais que vêm subindo.