Thomaz Koch torce para Fonseca ir para a Universidade e mostra arrependimento

Por Fabrizio Gallas - Uma das lendas do tênis brasileiro com título de duplas mistas de roland Garros, quartas de simples de Slams e ex-top 25, Thomaz Koch comemorou a campanha histórica dos brasileiros no Rio Open. Crédito: João Pires

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Pela primeira vez no torneio três brasileiros estão nas quartas de final com Thiago Wild, Thiago Monteiro e João Fonseca e pela primeira vez desde 2001 que o país tem tamanho número de atletas nas quartas de um ATP em casa.

"É o que você falou, é, o negócio superou qualquer expectativa. E esse momento aí eu acho que é só Alegria, né ? Porque não só o fato de eles estarem chegando aonde eles estão chegando, mas pelo nível apresentado, acho um nível muito bom, excelente, tanto o  Thiago (Wild) quanto o João", disse.

"Nossa, me impressionou muito (foi) o nível que eles apresentaram, a consistência deles, principalmente na direita, que é um negócio que tem pouca gente que tem essa potência de golpes. O saque deles muito bom, devolução (também), então eu acho que e a mão também. Eu acho que tanto um quanto o outro, João e Thiago, eles mostraram uma mão muito boa que de repente surpreende com uma deixada quando o adversário não esperava, então isso aí é super importante."

Koch, que fez história pelo Brasil em campanhas da Copa Davis, foi perguntado sobre a possibilidade de Fonseca deixar o circuito profissional por um período para ir jogar o tênis universitário americano. O tenista de 17 anos deixou no ar a hipótese para o meio do ano. Ele tem até o meio deste ano para decidir e está com um acerto inicial com a Universidade de Virgínia. Kopch mostrou arrependimento por não ter ido na época que jogava.

"Eu tô torcendo muito para ele ir para a universidade, porque a experiência que ele vai adquirir na universidade é muito preciosa. Para mim, é um negócio que eu sinto me faltou exatamente um ou dois anos de universidade, pelo menos um ano, para adquirir aquele ritmo de estudo e competição. Porque eu acho que o tenista, ele só jogando tênis, ele fica preguiçoso mentalmente, entende ? E lá nos Estados Unidos você joga, você treina, joga e estuda. Então tem, eu acho que completa, entende, para educação do tenista. Então eu estou torcendo para ele ir para a universidade".

Koch continuou citando exemplos de outras lendas que estiveram nos EUA: "É uma das minhas frustrações. Eu estava para ir à Florida State (Univertsity) em Talahase, cheguei a me matricular e aí me chamaram para jogar a Copa Davis e eu fiquei na dúvida... Eu já estava com uns 26, 27 anos. Eu já estava rodado, mas eu sentia que eu precisava deste ritmo educacional. Eu não queria me formar, mas queria essa experiência, porque acho que é muito saudável. O McEnroe, por exemplo, fez semifinal de Wimbledon com 17 anos e o que ele fez ? Ele foi para, não sei bem se era Sacramento, foi e fez um ano de universidade. Todo esse pessoal, (Jimmy) Connors, (Arthur) Ashe... todos os americanos da minha época fizeram universidade. O (Bjorn) Borg não fez e com 26 anos caiu fora (do circuito) e não aguentou".
Arthur Ashe, ainda criança com 7 anos, entrou no programa esportivo da Virginia Union University, dentro do instituto escola que ele estudava. Ashe se formou com bolsa esportiva pela UCLA em negócios e foi campeão do NCAA em 1963. Depois da universidade, o Ashe ainda prestou serviço militar obrigatório e como tenista jogou na academia dos cadetes das forças do EUA.
McEnroe venceu o NCAA em 1978. Ele jogava pela universidade de Stanford, também com bolsa esportiva e foi recrutado já competindo o circuito. Jimmy Connors foi campeão do NCAA em 1971. Ele jogou pela Universidade da Califórnia, campus de Los Angeles (UCLA).