Por Fabrizio Gallas - Diante do passado recente do tênis brasileiro com muitos jogadores com sucesso no juvenil, a empolgação foi limitada quando jovens talentos apareciam e seguem brotando. Mas há momentos e processos onde é difícil evitar um mínimo de euforia.
A vitória de João Fonseca na tarde desta quarta-feira no Rio Open foi assim. Não só pelo jogo em si de hoje, mas pelo estilo de jogo que possui, pela idade e maturidade que vem alcançando com tão pouco tempo.
Um jogo moderno, pra frente, bolas pesadas, bom saque, direita firme. E o principal: a personalidade e cabeça firme.
Fonseca simplesmente destruiu Arthur Fils, 36 do mundo, e um dos grandes nomes da nova geração do tênis. Deu um pneu no primeiro set e segurou bem a onda para vencer no segundo set mantendo um excelente nível. Primeiro jogador nascido em 2006 a vencer em um torneio ATP.
O caminho ainda é longo. Fonseca é apenas o 437 do mundo após essa vitória, é preciso paciência pois altos e baixos virão, mas o certo é que uma estrela nasceu hoje e pode brilhar muito!
E essa nova estrela ainda faz mistério sobre uma ida ao tênis universitário americano. Ele tem acertada sua ida para a University of Virginia, mas a decisão final tomará no meio deste ano. Agora o foco é no profissional.
Rio Open histórico - Apesar da saída de Carlos Alcaraz, o Rio Open é histórico para o tênis brasileiro. Primeira vez com quatro jogadores na segunda rodada e primeiro ATP no Brasil com esse número de jogadores nas oitavas desde 2001, a primeira edição do extinto Brasil Open. Naquela época o torneio era no piso duro e em setembro e teve Flávio Saretta, Ricardo Mello, Alexandre Simoni e Fernando Meligeni avançando com Fininho sendo vice e Simoni sendo semifinalista.
Agora temos um pelo menos garantido nas quartas com o duelo de Monteiro x Felipe Meligeni e boas chances de mais com Fonseca x Garín e Wild x Munar.