Em entrevista à revista alemã Tennis Magazin, o alemão Alexander Zverev falou pela primeira vez com muita clareza a respeito de sua condição como paciente portador de Diabetes Tipo 1. Zverev contou que não queria revelar a doença, mas que ser exemplo.
Zverev começou falando sobre quando desenvolveu a doença: "Não me lembro porque era muito jovem. Só sei pelo que minha família me contou, disseram que eu estava doente e tinha um vírus grave. Aí eu tive que me vacinar como toda criança normal tem que se vacinar. Porém, eu ainda estava doente e ainda assim fui vacinado, o que neste caso foi errado. Foi a reação do meu corpo que me levou a desenvolver diabetes após a vacinação. Eu tinha quatro anos. Como perceberam isso Fiquei dias sem comer, apenas bebia. Meu açúcar sempre foi incrivelmente alto, mas não sabíamos disso. Em algum momento meus pais me levaram ao médico e descobriram que eu tinha diabetes".
O alemão não se lembra bem do que ocorreu na época, apenas que ficou internado e passou a ter de receber injeções diárias de insulina.
Ao ser perguntado se a doença o fez mais forte, ele refletiu: "Isso é difícil de dizer. Ninguém quer ter diabetes. Ninguém gostaria de ter essa doença porque ela te deixaria mais forte. No final, tive que crescer mais rápido e assumir minha própria responsabilidade. Diabetes é uma condição de vida. Acho que isso me ajudou. Quando me dizem que não posso fazer alguma coisa, sempre quero provar que estão errados. Este é o meu caso no esporte, mas também na vida. Eu sou muito teimoso. É por isso que o diabetes pode ter me dado uma motivação extra. E acredito que com diabetes você pode viver uma vida normal e conseguir qualquer coisa".
Zverev contou que não sabe o que é viver sem a diabetes e ainda recordou que foi vítima de bullying também por ter a doença. À reportagem sem detalhar muito, o principal tenista da Alemanha contou que teve seu equipamento de aplicação da medicação e a insulina destruída por colegas na escola. Sascha pontua àqueles tempos como "difíceis".
Alexander Zverev surgiu para o tênis mundial aos 17 anos e apenas agora, aos 26, tem falado mais aberto sobre a doença, que já era de conhecimento público. Por esta razão foi questionado sobre a demora em falar sobre: "Eu me senti desconfortável com a coisa toda. Houve dois motivos: Em primeiro lugar, não queria ter desculpa no meu desporto. Atribuo grande importância a isso. Eu ganho ou perco no tênis. Segundo: eu não queria que todos soubessem. Eu queria manter isso em segredo. Quando fui nos primeiros jogos, me apliquei no banheiro. Definitivamente, não queria que ninguém soubesse que eu era diabético ou que tinha uma doença. Muitas pessoas estão desinformadas e não entendem o que é diabetes. Eles pensam: “Ah, ah, ele está com uma doença, vamos ficar longe dele.” Isso também faz parte da minha base. Quero educar e incentivar as crianças. Eles deveriam aprender que são diabéticos, mas ao mesmo tempo podem perseguir seus sonhos de uma forma completamente normal".