Saville sobre WTA: ‘Deveríamos fazer ‘copia e cola’ de algumas coisas da ATP’

A australiana Daria Saville (207ª) aproveitou o momento de rebuliço que vive atualmente o circuito da WTA para omitir a sua opinião sobre as mudanças que ela e suas companheiras de profissão precisam.

Entre os assuntos abordados estão as mídias sociais, ausência das principais estrelas nos torneios menores, entrada da Arábia Saudita no circuito, possibilidade de amizade com outras tenistas, e muito mais.

“A ATP faz um bom trabalho, na minha opinião acho que a WTA está um pouco atrás. Não sei por que, possivelmente seja pelo interesse social pelo tênis feminino. Seria ótimo se mais espectadores jovens viessem aos estádios, por isso sou sempre muito ativa no TikTok, é onde as crianças podem ver o quão bom é esse esporte.”

Saville ainda opinou sobre a possibilidade comentada de que as jogadoras entre as 30 melhores do mundo não possam jogar torneios menores: “Existem ideias e razões muito boas por trás deste planejamento, mas não saberemos como as coisas irão até que isso aconteça. No ATP 250 de Bastad, por exemplo, Andrey Rublev e Casper Ruud disputaram a final. Isso não será mais possível conosco, pois muito em breve nenhuma jogadora do top 10 poderá jogar nesta categoria de torneios. Nesse sentido, deveríamos fazer um ‘copia e cola’ de algumas coisas que estão sendo feitas na ATP.”

A australiana também foi bem assertiva quanto à polêmica entrada da Árabia Saudita no circuito: “Se o prêmio em dinheiro for tremendamente alto, tudo bem. Não creio que tenha muitos espectadores lá, isso seria negativo, como tenista profissional o que você quer é jogar na frente de muita gente. Certa vez, recebi uma mensagem no torneio de Hamburgo de alguém que levou seus filhos ao tênis pela primeira vez e a primeira partida que viu foi uma das minhas. Esse tipo de coisa inspira os mais jovens, não sei se podemos inspirar o povo da Arábia Saudita.”

Ela ainda disse que fazer algumas amizades no circuito ainda pode acontecer, e nega um clima bélico entre as jogadoras: “Isso é um mito, talvez fosse assim há dez anos, quando Maria Sharapova disse que não vinha ao circuito para fazer amigos. Tudo bem, eu respeito perfeitamente, aqui cada um faz a sua coisa. Na verdade, Iga Swiatek faz as coisas de maneira semelhante, ela vem para o tênis para trabalhar, mas é claro que existem amizades.”

A tenista ainda comentou sobre sua recente lesão no tendão de Aquiles: “Depois da cirurgia do tendão de Aquiles, pensei que a reabilitação seria muito mais fácil do que a do ligamento cruzado. Obviamente, eu estava errada. Depois, voltei à turnê, fiz uma boa temporada, mas lesionei novamente o ligamento cruzado. Fiquei otimista e fiz alguns trabalhos para recuperar, a verdade é que não estava ansiosa por outra reabilitação. Queria ser desafiada de outra forma. Felizmente meu humor é um dos meus pontos fortes, nunca me levo muito a sério, é assim que resolvo situações difíceis: fazendo piadas sobre cada situação.”