Tsurenko acusa WTA de tentar silenciá-la e perseguir seu treinador

A ucraniana Lesia Tsurenko, 46ª da WTA, utilizou o site da federação ucraniana de tênis para denunciar a cúpula da WTA pelo que ela classificou como "tentativa de censurá-la". Tsuenko evelou que seu treinador sofre a represália mais forte.

"Sinto que com tanto esforço a WTA está tentando me pressionar, continuando o que Steve Simon começou”, disparou a ucraniana e seguiu: "Estou em choque. Já entrei em contato com meus advogados para discutir outras ações".

Tsurenko faz uma menção direta ao presidente e CEO da WTA, Steve Simon, com quem teve uma conversa particular sobre  seu comportamento nos jogos posicionando-se conta tenistas russas e bielorrussas, além de falar sobre a guerra da Ucrânia sempe que posível. Na ocasião, Tsurenko reclamou de colegas do circuito das duas nacionalidades que são a favor da invasão da Ucrânia por parte da Rússia e teria ouvido de Simon que "isso era a opinião delas e precisava ser respeitado".

A conversa com Simon desencadeou na ucraniana uma crise de pânico e ela precisou desisti de seu jogo seguinte em Indian Wells, onde enfentaria a bielorrussa Aryna Sabalenka. Como a justificativa do abandono foram "motivos pessoais", diversas pessoas do circuito começaram a deliberar sobre as razões de Tsurenko a acusando de xenofobia. Por esta razão, ela e seu treinador, o também ucraniano Mykyta Vlasov, decidiram emitir um comunicado à época explicando que a desistência nada tinha a ver com a rival e sim uma crise de Síndrome do Pânico.

"Então tive um ataque de pânico, que afetou significativamente minha saúde mental e física e me levou à desistência do torneio em Indian Well. "Depois da minha reclamação não pública, nenhum funcionário da WTA respondeu de forma alguma. Após meu comunicado, nenhum funcionário da WTA, incluindo Lindsay Brandon (Diretor de Salvaguarda), Bob Campbell (Diretor Sênior de Segurança), David Palanzo (Vice-pesidente e diretor de relações de Negócios e Jurídico), entrou em contato comigo para esclarecer as circunstâncias e o assunto da minha declaração", lembrou a tenista.

"Isso indica que a WTA estava simplesmente tentando abafar esse incidente e o fato de falha moral por parte do CEO da empresa. Fiquei confusa e um tanto assustada com tamanha indiferença e descaso com a situação em que me encontrava. Aguardava que algum funcionário iniciasse uma investigação sobre este caso, pois é inédito quando o chefe de uma empresa se permite abusar mentalmente de uma pessoa sofrendo com a guerra. Nada aconteceu, absolutamente todos os funcionários da WTA simplesmente ignoraram o incidente", pontuou.

Diante dessa situação, o treinador da jogadora optou po investigar Simon e reunir documentos para solicita formalmente uma investigação de compliance por parte da WTA sobre Simon.

"Meu treinador iniciou uma investigação sobre as ações de Steve Simon. Ele apresentou um pedido oficial ao WTA para abrir um caso. E hoje recebi uma carta em que a associação me informava que o processo foi aberto contra o meu treinador. Eles decidiram simplesmente se livrar da única pessoa que falou em minha defesa neste incidente com o presidente da WTA. Sinto que, com tanto esforço, o WTA está tentando me pressionar, continuando o que Steve Simon começou. Não posso acreditar que no mundo civilizado ainda seja possível ver jogos tão sujos, e que o presidente da empresa esteja tentando de alguma forma evitar a responsabilidade por suas próprias ações e não se esquivará de usar qualquer meio", finalizou ela.

Desde o início da Guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, as ações da WTA em resposta foi de retirar do calendário todos os torneios, de todos os níveis, realizados na Rússia e em Belarus. Outra ação foi obrigar jogadoras dos dois países a jogar sem repesentação de bandeira. Entre as tenistas que apoiam a guerra, apenas a russa Anastasia Gansonova foi punida diretamente pela WTA. A jovem compartilhou um vídeo em suas redes sociais com o presidente Vladmi Putin "justificando" a invasão e acabou suspensa.