Eliminada de Roland Garros na semifinal após perder match-point em batalha de mais de três horas, Aryna Sabalenka se disse esgotada mentalmente e deu um corte em um jornalista que quis entrar no tema da política.
A bielorrussa perdeu da tcheca Karolina Muchova, 43ª colocada, por 7/6 (7/5) 6/7 (7/5) 7/5. Ela chegou a liderar por 5/2 no terceiro set.
“Foi uma partida difícil, ela desenvolveu um tênis incrível, tive muitas oportunidades, mas não consegui aproveitá-las. Obviamente, estou muito desapontada, é uma derrota difícil, mas estou bem", disse a tenista que comentou sobre a vantagem que teve: "Depois de perder meu saque, justamente quando eu estava sacando para vencer a partida, notei que ela começou a entrar muito mais em quadra, ficando mais agressiva, o que me fez perder um pouco o ritmo. Naquele momento tudo mudou, toda a minha vantagem estava no ar”.
“Neste momento estou mentalmente exausta, mas acho que é só porque perdi o jogo, é um jogo muito difícil para mim perder. Acho normal ficar sobrecarregada em algum momento durante esses torneios de duas semanas, onde você não para de jogar, também no saibro. São sempre partidas muito físicas, então nos próximos dias estarei em festa (risos). Não, o que vou fazer é descansar, me recuperar e depois voltar a treinar."
Aryna perde a chance de virar número 1, algo que ocorreria com o título em Paris. Ela comentou sobre Iga Swiatek que decidirá o torneio: "Ela está jogando um tênis de alto nível, indo muito para a rede, sendo agressiva o tempo todo e fechando muitos pontos na fita, o que às vezes pode te atrapalhar na hora de construir um ponto contra ela. Basicamente, ela está mostrando um nível muito alto de tênis".
Sobre questão da pressão, ela ponderou: "Acho que não senti nenhuma pressão extra, me senti bem na quadra, só não consegui aproveitar as oportunidades que apareceram. Emocionalmente, juro que me senti muito bem, mas não sei o que aconteceu. É difícil para mim falar sobre esta partida agora."
Campeã de Madri e com o melhor resultado em Paris, Sabalenka saiu com saldo positivo: "Todos os jogadores enfrentam desafios ao longo da temporada, então vou aprender muito com o que aconteceu comigo hoje nesta semifinal, isso vai me fazer voltar mais forte. Aconteça o que acontecer no restante do ano, para mim a temporada já está sendo espetacular, sinto que saltei para um novo patamar, por isso não interpreto que Roland Garros tenha sido um torneio negativo para mim. Vejo que melhorei muito no saibro, consegui meu melhor resultado em Paris, então tentarei me manter positivo não importa o que aconteça na pista. Foi uma partida muito difícil, muitas chances, mas vou lembrar como um bom torneio para mim”.
A tenista disse que o pior que sentiu foi após uma coletiva de imprensa. Ela ficou duas rodadas sem conversar com a mídia a seguir: "A pior coisa que me aconteceu foi me sentir emocionalmente mal depois de uma coletiva de imprensa, naquela noite não consegui dormir. A única coisa que posso fazer bem na minha vida é jogar tênis, então tento me concentrar nas coisas que posso controlar e fazer. Portanto, nunca houve um momento para baixo, nenhum momento em que eu não sentisse vontade de jogar tênis. Na verdade, eu quero muito jogar tênis, é a única coisa que eu faço na vida, a única coisa que eu tenho controle, então eu gosto. Foram duas semanas ótimas com alguns desafios emocionais, mas acho que superei. Isso vai me deixar mais forte."
A tenista foi perguntada novamente sobre política e se negou a responder ao repórter: "Não quero falar sobre política hoje, já falei sobre o tênis. Falemos só sobre tênis, me dê um respiro, por favor".
Agora o destino é o Reino Unido e ela conseguiu o visto para entrar no país após ficar de fora ano passado: "Já estou com o visto pronto, então posso comemorar que vou jogar em Wimbledon, o que é uma ótima notícia. Estou super empolgada, gosto muito de jogar lá, gosto muito do clima. Eu realmente senti falta de não jogar Wimbledon na última temporada, então mal posso esperar para voltar e mostrar meu melhor tênis lá”.