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Melhores do mundo reclamam da organização e estrutura do BT 400 de Garopaba

Segunda, 12 de dezembro 2022 às 20:20:03 AMT

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Tênis Profissional

Depois de um brilhante ano com cerca de 65% do calendário mundial e das maiores competições do mundo no Brasil, o torneio de encerramento do calendário no país acabou não sendo dos melhores na visão dos atletas.



Um dos torneios mais tradicionais do Beach Tennis do Brasil, realizado na paradisíaca Garopaba (SC), acabou sofrendo com problemas financeiros, passou por problemas em sua infraestrutura nesta edição e recebeu críticas públicas de alguns dos principais nomes do esporte como Michelle Cappelletti, Nicolas Gianotti, Mattia Spoto, Nicole Nobile, Sofia Cimatti, Diego Bollettinari, Joana Cortez, Antomi Ramos, entre outros.

A competição cresceu de tamanho para um BT 400, com premiação total de US$ 35 mil, e chegou a correr sério risco de cancelamento há poucos dias antes do início.

Tudo começou na terça-feira, dia 6, quando alguns atletas receberam mensagens do diretor do evento sobre o cancelamento da competição a dois dias do início. Horas mais tarde o mesmo voltou atrás e decidiu realizar o evento após o apoio financeiro da Federação local. 

No meio da semana os atletas fizeram vídeos e contestaram a falta da estrutura do evento que começou no dia 8 . No fim do dia 6, não existia nada montado na Praia da Ferrugem. Diante da confusão e incertezas, nomes como Cappelletti, Gianotti, Spoto, Theo Irigaray e Antomi Ramos lançaram um comunicado conjunto no Instagram cobrando providências e até ameaçando não jogar o evento. Após ouvirem promessas e terem garantias financeiras que receberiam a premiação, optaram por jogar, mas durante o evento e após o término fizeram várias manifestações criticando.

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Após a classificação para a final do BT 400 de Garopaba (SC) no começo da tarde de domingo, o número 1 do mundo, Michelle Cappelletti, disse em entrevista ao canal PlayBT no Instagram: "Esta não merece ser uma quadra profissional. Não merece". Ele e o parceiro espanhol Antomi Ramos atuaram na semifinal na quadra 1, a segunda mais importante do evento, e derrotaram a dupla do jogador de Aruba, Aksel Samardzic e do paraibano Airton Rodrigues por 6/4 1/6 10/5.

Enquanto isso, na quadra central, o francês Nicolas Gianotti e o italiano Mattia Spoto venceram André Baran e o russo Nikita Burmakin por 6/1 7/6 (7/5) após oito match-points. O juiz chegou apenas para o segundo set da partida e ficou em cima de uma  cadeira de plástico improvisada, comandando o restante do encontro.

"Foi um jogo nervoso. Desculpe a todos, foi um momento eu acho que...não entendi ele e o Matti, fizeram uma coisa para Baran Nikita...não tem árbitro aqui, é difícil nós precisamos marcar, é difícil, mas estou feliz por ganhar", disse Gianotti em entrevista ao canal PlayBT.

Em bate-papo com o Tênis News, Gianotti explicou: "Nós optamos por não começar o jogo com o árbitro pois não havia sequer uma cadeira para o juiz, improvisaram uma de plástico que não dá a visão real do jogo. Nós queríamos árbitros em boas condições".

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Gianotti fez uma lista dos problemas do evento: "Dois dias antes o organizador disse a alguns jogadores que o torneio seria cancelado. Muitos pensaram em cancelar seus voos e etc. Foi horroroso. As quadras eram muito próximas umas das outras, coisa de 30 a 40cm em mais de oito metros. As quadras de treino pareciam montanhas. Não existia espaço de atletas, nem sempre havia água para os atletas, trocaram os modelos de bola duas ou três vezes no último mês então foi impossível treinar antes.  A quadra 1 tinha estrutura horrível com pessoas passando muito perto durante os jogos. Não havia iluminação na quadra central, por isso precisamos jogar três vezes no domingo. Foi horrível jogar quartas, semis e final no mesmo dia. Na central não havia espaço pros jogadores acompanharem as partidas. Talvez tenha sido o pior torneio do ano", disparou o atleta que apesar das dificuldades levantou o troféu na final ao lado de Spoto contra Cappelletti e Ramos.


Cappelletti fez um manifesto nas redes sociais reclamando: "Garopaba é um lugar maravilhoso para ter um torneio de beach tennis, infelizmente a organização do torneio não estava à altura.


Um evento que na terça-feira parecia pronto para ser cancelado, obviamente criando problemas claros para todos os jogadores tanto profissionais quanto amadores, estes problemas são inaceitáveis, mas eu gostaria de agradecer do fundo do meu coração às pessoas que tentaram "salvar" o evento como o @programaplaybt , aos árbitros e a todos os voluntários que tornaram o evento no final possível graças ao seu amor para o beach tennis", disse. 

Ao Tênis News ele adicionou: "No visual nem parecia um torneio pronto.  Há alguns meses já corria nos bastidores que o organizador não tinha dinheiro e nem estrutura para realizá-lo. Muitos jogadores já sabiam dos problemas. O evento foi salvo pela FCT e pela CBT que deu condições do organizador poder realizar o torneio.  Mas se eles salvaram ao mesmo tempo foram eles que deram possibilidade dele organizar e acabou que ficou bastante ruim. Tinham muitos amadores, um grande potencial, mas foi um evento muito ruim".


Joana Cortez, tetracampeã mundial pelo Brasil, ex-número 1 do mundo, também escreveu nas redes sociais: "Garopaba é um lugar espetacular, pena que o evento não foi a altura disso. Fica a reflexão sobre qual caminho queremos que nosso esporte siga. Gostaríamos de mais respeito aos atletas amadores, profissionais e todos aqueles que foram colocados em situações lamentáveis durante esse evento.  Obrigada a algumas pessoas que “salvaram” o evento @programaplaybt , árbitros e todos os voluntários que trabalharam com paixão pelo Beach Tennis".

Outros italianos reclamaram da competição como a dupla semifinalista Nicole Nobile e Sofia Cimatti: "No último torneio do ano perdemos nas semifinais em um jogo onde nossas adversárias jogaram muito bem e muito melhor que nós e não nos deixaram expressar.

Num lugar tão bonito havia muitos problemas do ponto de vista da organização que pessoalmente não nos faziam sentir respeitada como jogadoras. Preferimos nos expor para ajudar nosso esporte a crescer e garantir que todos esses problemas nunca mais voltem. Este é o nosso trabalho, tentamos fazer o nosso melhor e respeitamos as regras, esperamos que os organizadores façam o mesmo! Todos juntos para um objetivo comum: VER O NOSSO ESPORTE CRESCER.✨", disseram.


O Tênis News tentou ouvir Toninho Maraca, organizador da competição que é das mais tradicionais do país. Até o momento ele não quis se posicionar oficialmente.


 

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