A japonesa ex-número 1, Naomi Osaka, e a atual número 1, a polonesa Iga Swiatek, discordam sobre as motivações que levarão atletas para a disputa de Wimbledon, após a decisão da retirada de pontos válidos nos rankings ATP e WTA.
Em entrevista coletiva após derrota na estreia de Roland Garros para a norte-americana Amanda Anisimova, Osaka foi questionada sobre como vê a situação da disputa do torneio de Wimbledon sem os pontos - decisão tomada como resposta das associações profissionais (ATP e WTA) e a federação internacional (ITF) ao banimento de tenistas russos e bielorrussos por parte do Slam britânico.
"Eu diria que a decisão será tomada com uma reflexão. Eu gostaria de ter uma experiência na grama, mas não estou certa de que irei apenas para ter uma experiência na grama. Eu não quero ver uma semana sem pontos... Eu sou o tipo de jogadora que se motiva vendo meu ranking crescendo. A intenção desta medida foi boa, mas a execução está em qualquer lugar", contou a tenista aos jornalistas.
Osaka não criticou a decisão de retirada de pontos e nem comentou a exclusão de tenistas da Rússia e da Bielorrússia dos torneios britânicos.
A japonesa ainda recordou que já sofreu lesões jogando na grama e isso a preocupa, ainda mais sem os pontos em que os torneios são "quase que como exibições". Entretanto, a decisão de jogar ou não Wimbledon ainda não está tomada: "Estou inclinada a não jogar com base na situação atual. Mas isso pode mudar", destacou a japonesa que atualmente ocupa o posto de 38ª da WTA.
Na sequência, a principal sala de imprensa de Roland Garros recebeu a atual número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek, que venceu com tranquilidade da ucraniana Lesia Tsurenko. Siwatek foi perguntada se pensa em jogar Wimbledon e foi avisada pelos jornalistas sobre a visão de Osaka.
"Estou bem em jogar com e sem pontos. A Polônia está apoiando a Ucrânia, estamos perto, somos vizinhos. Há muito mais coisas acontecendo agora do que pontos em torneios, então, eu vejo a situação mais dessa maneira”, declarou a polonesa que jogou com uma fita nas cores da bandeira da Ucrânia presa ao seu boné. O símbolo, utilizado por Tsurenko em suas roupas, é um pedido silencioso por paz em território ucraniano.
A polonesa fez questão de ressaltar que também vê a situação complicada e acredita que não há 'solução perfeita': “Estou tentando dar minha opinião mais sincera possível, porque como já disse, toda solução será errada para alguém e não há uma solução certa para a essa situação", iniciou explicando
“É difícil, porque eu também sei que todos os jogadores russos e bielorrussos não são responsáveis pelo que está acontecendo em seu país, mas do outro lado, como já disse, no esporte tem sido usado na política, e nós (atletas) somos pessoas públicas e temos algum impacto nas pessoas", refletiu.
"Seria ótimo se as pessoas que tomam as decisões, decidissem parar com a agressão russa. É complicado. Nem sei mais o que dizer”, finalizou sorrindo.