De acordo com publicação do jornal El País, 14 pessoas foram condenadas a dois anos de prisão por manipulação de resultados no tênis, vários deles tenistas, entre eles Marc Fornell, que ocupou o 236º lugar em 2007.
Crédito da foto: FERNANDO VILLAR FERNANDO VILLAR (EFE)
O Tribunal Nacional acolheu esta manhã o breve julgamento contra os 14 pessoas: entre os quais, além de Jordi Marsé-Vidri e Marc Fornell estão implicados Marcos Torralbo e Pedro Bernabé , tenistas de mais baixo ranking do circuito. Os réus chegaram a um acordo com o Ministério Público. O ministério público, que inicialmente pediu uma pena de oito anos de prisão para todos eles, concordou em baixar seu pedido e finalmente deixá-los com apenas dois anos de prisão depois que os réus admitiram os fatos. Além disso, o tribunal concordou que, se eles não tiverem antecedentes criminais, podem evitar sua entrada na prisão.
Os envolvidos reconheceram o relato contundente do Ministério Público sobre a Operação Bitures. A Guarda Civil desmantelou essa trama no final de 2018, quando apontou a existência de uma “organização criminosa” que fraudava partidas de torneios nas categorias Futures e Challenger, ao mesmo tempo em que coordenava apostas “simultâneas e massivas”. De acordo com os fatos contidos na acusação, que as 14 pessoas que estavam no banco naquela quarta-feira admitiram, a rede criminosa tinha jogadores de tênis que "alteraram o curso normal do jogo, deixando-se perder partidas, sets, jogos ou pontos, conforme acordado ilegalmente, para garantir o resultado das apostas”.
Alguns atletas faziam parte da própria "organização". Outros foram “corrompidos” com o “pagamento de uma quantia em dinheiro”, detalha o ministério público, que aponta o tenista Marc Fornell como um dos líderes. Fornell, de 40 anos, com a ajuda de seus "gerentes de conta", começou a consertar partidas em que participava ou em que outras ele poderia "influenciar". Embora, depois de perceber que estava sendo observado, mudou de estratégia. Ele parou de alterar suas reuniões, mas se associou a um grupo de armênios, liderado por Armen Melkumyan e Artur Ajaryan, para quem passou a atuar como intermediário. Segundo a Guarda Civil, ele entrou em contato com os atletas que se deixaram comprar e, posteriormente, os armênios foram aos torneios para "verificar e certificar" se os corruptos cumpriram o que foi "previamente acordado", "aproveitando sua imponente corpulência".
A Procuradoria, que reflete em seus relatórios a movimentação de dezenas de milhares de euros, descreve Fornell como um "jogador-chave". “Ele tira proveito de seu amplo conhecimento no mundo do tênis, motivado por sua longa carreira esportiva, e tem a capacidade de interagir com outros tenistas, construindo confiança”, explica a acusação. O atleta também usou outros colaboradores para atingir seus objetivos, como Enric Xapelli —que foi quem conspirou com Marsé-Vidri para manipular a partida ITF Futures F7 Reus, na qual os investigadores não implicaram seu companheiro de equipe, Marco Neubau. "Fornell também tem um grande conhecimento do setor de apostas, e ele os faz usar outros usuários para que sua participação não seja detectada e, assim, ele não seja penalizado."