Toni Nadal, mentor de Rafael Nadal e diretor técnico da academia do tenista, participou do quadro "Fazendo Perguntas" de um projeto educacional do jornal espanhol ABC e um grupo de educação do país. Ali, respondeu perguntas sobre o "valor do esforço".
Cinco pessoas foram convidadas a fazerem perguntas a Toni, que buscou dar seu ponto de vista, focado na educação que prega o esforço. Uma estudante de ensino básico perguntou ao treinador se "ser reclamão" é algo "tão ruim quanto falam".
"Reclamar não te leva a lugar algum. Sempre disse ao Rafael: 'Não fique reclamando, porque esta reclamação não vai nos levar a lugar algum'. Nós temos de fazer tudo o possível para vencer, mas acho que reclamar não serve pra nada, não te ajuda e ainda te traz um efeito ruim", respondeu.
"Eu fui muito exigente com o meu sobrinho. Muitas vezes, exigente demais. Mas eu fazia isso porque tenho por ele uma grande estima", confessou ele ao ser questionado sobre cobranças de pessoas próximas.
Perguntado sobre o momento certo de se desistir, Toni opinou: "Chega o momento de abandonar, quando você perde a fé em suas possibilidades. Pra mim, você precisa ter sempre metas e objetivos, ter esperanças e não deve se frustrar ao não conquistar tudo. Eu também quis ser um bom jogador de tênis. aos 20 anos, fiz uma análise real, correta, e vi que não seria suficientemente bom e então me dediquei a outra coisa, ser treinador".
Atual mentor do canadense Felix Auger Aliassime, Toni Nadal afirmou que há uma necessidade de educar as pessoas para lidarem com os problemas da vida e que o ambiente de frustração global não tem a ver com as redes sociais, mas sim com a educação dada as últimas gerações: "Lhes foi ensinado que nasceram e por isso têm o direito a conquistar tudo, mas a vida real não é assim".
A respeito de motivação, Nadal pontuou: "As pessoas me perguntam, 'Como motivar alguém que já venceu tudo?'. Bom, em primeiro lugar, Rafael não ganhou tudo e de agora, para tudo o que vem, não ganhou absolutamente nada. Se ele não estiver motivado por isso, não há mais nada".
Ao ser questionado se o diferencial se faz com personalidade, tio Toni pontuou: "Eu tive a obsessão de preparar Rafael para a dificuldade. Pra mim, as pessoas precisam aprender a conjugar o verbo 'aguentar'. Eu 'me 'aguento, tu aguentas... Eu sempre entendi que a personalidade seria o diferencial, que faria Rafael ter sucesso, inclusive mais que qualquer golpe, porque o que faz a diferença é a força mental" .