Por Gustavo Loio - Alguns dizem que não existe merecimento no esporte. Há controvérsias. A canadense Leylah Fernandez, de 19 anos, que desbancou três top-5 em sua campanha em Nova York, merece estar na decisão do US Open deste sábado, às 17h (de Brasília).
E o que dizer da britânica Emma Raducanu, primeira tenista na história (entre mulheres e homens) a sair do qualifying para uma final de Grand Slam? E sem sequer perder um set em nove jogos? Merece muito também.
O circuito mundial também merece dar as boas-vindas a essas duas incríveis tenistas, destemidas, espontâneas, carismáticas, focadas, que batem forte na bolinha e erram tão pouco. Que notícia maravilhosa ver 'nascerem', em Nova York, dois prodígios como Fernandez e Raducanu.
Desbancar, tão nova, três top-5 no mesmo Major não acontecia desde o distante US Open de 1999, quando a lenda Serena Williams, então com 18 anos, alcançou tal feito e ficou com o título. É óbvio que é cedo demais para qualquer comparação entre a americana e Fernandez.
O feito de Raducanu, por sua vez, de sair do quali para a final de Slam já merece um troféu. Que façanha, ainda mais para uma adolescente de 18 anos. Se ganhar as três partidas do quali já é um feito e tanto, passar por ele e avançar à decisão é espetacular. E inédito até esta sexta-feira.
As duas adolescentes chegam com campanhas distintas à decisão. Fernandez já perdeu quatro sets nas seis partidas até agora. É provável que chegue mais cansada do que a rival à decisão. Por outro lado, a britânica, que não perdeu sets, caiu numa chave, teoricamente, mais fácil e não foi exigida tanto quanto a adversária.
Será a primeira vez que as duas se enfrentam no circuito profissional. No único duelo como juvenis, a britânica levou a melhor: 6/2 e 6/4, em Wimbledon, em 2019. Semanas depois, a canadense ganhou o título juvenil de Roland Garros.
A campanha já rendeu às duas finalistas um merecido salto no ranking. Raducanu chegou à cidade americana como a 150ª do mundo e será, a partir de segunda-feira, pelo menos, a 32ª (um salto de 118 posições). Já Fernandez ocupava a 76ª colocação e ficará, no mínimo, em 27º.
Por tudo isso e muito mais, a decisão deste sábado merece ser um jogo à altura da performance desses dois fenômenos. Que seja uma grande partida, de preferência decidida no terceiro set. Que nenhuma delas sinta pressão por estar jogando a primeira decisão de Slam. E se divirtam, como têm feito até agora.
Os fãs do tênis agradecem. E merecem.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.