Por Ariane Ferreira - Neste 07 de maio, uma das partidas mais importantes da carreira do paulista Thomaz Bellucci completa 10 anos. Na disputa da semifinal do Masters 1000 de Madri, o canhoto de Tietê levou uma virada histórica do imbatível Novak Djokovic.
Bellucci, então 36º do ranking da ATP, vivia naquela semana uma das mais importantes de sua carreira. Sob comando de um dos mais importantes treinadores do país, Larri Passos, desde o início daquela temporada o mais longe que chegou em torneios ATP havia sido a semifinal do ATP de Acapulco, no México.
Em Madri, o paulista abriu a campanha em Madri com uma vitória sólida diante do espanhol Pablo Andújar, então 48º, em um 6/4 6/2. Na rodada seguinte, enfrentou o alemão Juergen Melzer, então 30º, que sentiu lesão no ombro e abandonou a partida quando o brasileiro engatava uma virada com placar de 6/7 (3) 6/3 3/0 e duas quebras.
Habituado a jogar em saibro na cidade de São Paulo, Bellucci se beneficiou das condições semelhantes em Madri, que tem altitude em relação ao níveo do mar próxima à paulistana, que está a 772m de altitude e Madri 667m. "As condições aqui em Madri são muito boas pra mim. A bola é mais rápida, consigo fazer mais pontos com o forehand e ser mais agressivo".
Assim, Bellucci seguiu no torneio e nas oitavas de final encarou o escocês Andy Murray, quarto da ATP, e dominou o adversário, fechando o placar em 6/4 6/2 no que classificou após a partida de "O melhor jogo da minha carreira, foi um dia muito bom".
Jogando quartas de final de um Masters 1000 pela primeira vez na carreira, Bellucci tinha pela frente um outro top 10, o tcheco Tomas Berdych, então sétimo, a quem venceu em sets diretos, atuando com uma tática agressiva, se aproveitando do estilo de jogo do rival e das condições: "Berdych joga acelerando a bola e com ela muito plana, somando com as condições daqui, consegui impor um jogo agressivo. Ontem joguei bem e hoje também", pontuou o brasileiro após a partida em entrevista à ATP.
A semifinal histórica
Jogando a semifinal de um Masters 1000 pela primeira vez na carreira, Bellucci entrou em quadra contra o imbatível Novak Djokovic, então vice-líder da ATP, que estava sem perder na temporada e que acumulava 32 vitórias consecutivas no ano.
O brasileiro manteve o padrão de jogo que o tinha levado até ali e assim, com uma quebra de vantagem e games muitos sólidos fechou o primeiro set em 6/4. Bellucci surpreendeu o mundo e solidificou a ameaça em ser quem acabaria com a sequência do sérvio ao salvar três breakpoints em seu primeiro game de saque na segunda etapa. Ali, o canhoto saiu de um 0-40, no qual Djokovic teve seu primeiro breakpoint do jogo. Este game que é lembrado como um guia em como sair de momento tão difícil. Confira:
O jogo seguiu e o brasileiro chegou a abrir 4/2 no placar, contando com apoio da torcida local e com a presença de muitos brasileiros ao jogo. Como habitual, Djokovic não se deu por vencido, buscou empurrar o brasileiro da linha de base e devolveu a quebra no sétimo game e igualando o placar na sequência para virar o set e forçar a terceira etapa.
Nela, Bellucci passou a sofrer com problemas físicos. Pareceu sentir a região posterior da perna direita e foi dominado por completo por Djokovic, que fechou o placar em 4/6 6/4 6/1 em 2h10 de partida.
A vitória, levou Nole à final onde superou o local Rafael Nadal e colocou o último pavimento em sua estrada rumo ao número 1 do mundo.
Dali, Bellucci caiu na estreia em Roma e fez terceira rodada em Roland Garros. Mas deixou seu nome marcado na temporada como único tenista que fez frente à Djokovic em uma impressionante campanha que lhe rendeu 44 vitórias consecutivas no ano parando apenas na semifinal de Roland Garros, onde foi derrotado pelo suíço Roger Federer.