O jornal australiano The Age traz uma grande reportagem que aborda as principais negociações entre a federação de tênis do país, a Tennis Australia, e o governo local para viabilizar o circuito Australian Open em 2021.
Com o país controlando sua quarentena e reduzindo drasticamente a chegada de voos internacionais até fevereiro do próximo ano, a Tennis Australia negocia possibilidades de exceção para os tenistas.
De acordo com o jornal, a possibilidade que está mais em alta é que todos os torneios da gira australiana, começando pela ATP Cup no masculino e o WTA Premier de Brisbane no feminino, seriam na verdade realizados em uma única cidade: Melbourne. Desta forma, a cidade sediaria cinco semanas ininterruptas de competição.
Entretanto, esse não é o desejo da Tennis Australia, que luta para ter autorização para realizar competições em duas cidades ou mais. Apenas a ATP Cup, por exemplo, visitaria quatro cidades, em diversos pontos do país, entretanto o governo local tem contido o número de infecções por COVID-19 traçando restrições de viagens internas, inclusive.
"Para ter esses eventos em várias cidades, precisaríamos de duas coisas. Precisaríamos de um plano de quarentena que fosse aprovado por cada estado ”, disse o CEO da Tennsi Australia e diretor do Australian Open, Craig Tiley, ao The Age.
“A segunda é que precisaríamos de um compromisso dos governos locais de que pode haver viagens garantidas de um estado para outro", seguiu Tiley. “Nunca se sabe, podemos estar em uma posição infeliz de que há um aumento repentino de infecção de 100 pessoas em janeiro. E as outras cidades encerarão as viagens e teremos jogadores presos lá", considerou.
Dentro da ideia de uma única sede, há a possibilidade de se promover uma quarentena prévia de 14 dias, nos quais os atletas apenas se ambientem e permaneçam do hotel para o torneio e vice-versa, se submetendo periodicamente a testes de COVID-19, e então ao fim destes 14 dias, poderiam "integrar a comunidade", aponta a reportagem.
"A bolha controlada de duas semanas será um ambiente muito rígido ", disse Tiley ao jornal. “Os objetivos serão proteger a comunidade, de forma que os jogadores enquanto treinam só vão do seu quarto de hotel para as quadras e depois voltam para o quarto do hotel em um ambiente seguro e protegido. Obviamente haverá testes significativos nessa bolha. Nosso objetivo será torná-la a bolha mais segura e protegida de qualquer lugar do mundo", apontou.
“Então, depois de duas semanas, os jogadores podem sair e se tornar membros da comunidade, porque são negativos e não são portadores de COVID", pontua Tiley.
Craig Tiley ainda revelou que nenhuma das propostas e possibilidades apresentadas foram aprovadas pelo governo local e revelou que tem o comprometimento de todos os jogadores e jogadoras dos top 100 de ATP e WTA, de buscarem seus vistos e regularizações para competirem no torneio em 2021.
Considerando as bolhas realizadas por outros Grand Slams, US Open e Roland Garros, a bolha australiana indica maior rigidez, a começar pelos 14 dias.
O torneio, que não renovou o contrato de seguro anti-pandemia, planeja atuar para a venda de ingressos parcial das capacidades de Melbourne Park. As vendas estão marcadas para serem iniciadas em 21 de novembro, mas ainda não possuem aprovação do governo local.