Foram 4h57 em quadra para que o sérvio Novak Djokovic saísse da quadra central de Wimbledon com quinto troféu do torneio. Apesar da vitória, o sérvio se disse exausto mentalmente e revelou algumas de suas estratégias para lidar com a partida.
“Senti um alívio enorme no final. Esse é o tipo de partida pelo qual trabalhamos e vivemos”, comentou o sérvio. “Uma coisa que prometi a mim quando entrei em quadra é que me manteria calmo e centrado, pois sabia que a atmosfera seria como foi. Essa foi provavelmente a partida mais desgastante mentalmente na qual já me envolvi”.
“Estou muito agitado e bombardeado de emoções enquanto sento aqui como campeão, estive a apenas uma jogada de perder tudo. Essa partida poderia ter seguido qualquer caminho, Roger jogou muito bem durante toda a jornada”.
Djokovic ainda falou sobre Roger Federer, um dos maiores jogadores de todos os tempos sobre a grama, a quem classificou como um adversário que coloca uma grande pressão em todos que o enfrentam.
“Enfrentá-lo na grama... na verdade, em qualquer superfície, é estar constante sob pressão. Ele tem muito talento, seu jogo é perfeito para essa superfície, então precisei trazer alguma variação e ser bem certeiro quando a oportunidade veio. Algumas vezes eu consegui, outras não”.
Por fim, o sérvio compartilhou um pouco de seu treinamento mental para lidar com momentos de pressão nas partidas e conseguir manter o foco mesmo com a torcida contra.
“É normal esperar que os nervos estejam à flor da pele pois é a final de Wimbledon. Apenas tentei lutar para encontrar um caminho nos momentos mais importantes. Sempre tendo me imaginar como vencedor, acho que isso tem poder. Sempre é uma batalha constante interna, pelo menos para mim. Disse a mim várias vezes para me desligar do que estava acontecendo ao nosso redor e apenas estar lá, presente”.
“No fim, acho que poderia ter jogador melhor, mas uma coisa que me permitiu voltar ao jogo foi a minha estabilidade mental nesses momentos”, avaliou. “Em um jogo de cinco horas, é preciso estar jogando constantemente bem, mas também existe uma necessidade de crer no resultado final”.
“É muito difícil se desligar daquela atmosfera elétrica, especialmente nos momentos decisivos, quando estivemos tão igualados. Se você tem a maioria da torcida do seu lado, isso ajuda, motiva e dá energia. Quando não tem, é preciso achar um caminho. Se a torcida grita “Roger”, eu ouço “Novak”. Tento me convencer disso, é um treinamento mental”, revelou.