Em entrevista ao jornal suíço Berner Zeitung, o treinador eslovaco Marin Vajda, mentor do sérvio Novak Djokovic, revelou o que foi que disse ao pupilo para incentivá-lo a reencontrar seu melhor e contou que jogo mudou a chave de Nole para as vitórias.
Vajda falou um pouco da vida depois que rompeu a parceria com o sérvio Novak Djokovic ano passado, em que se divertiu com a filha mais nova, que aos 23 anos desistiu do tênis profissional em razão de diversas lesões e está estudando e ainda contou a tradição de um grupo de ex-tenistas eslovacos que se reúne todo fim de anos, há 30 anos, para uma partida de Hockey.
Ao falar da retomada da Parceria com Nole, Vajda conta o que encontrou: "Ele estava cheio de dúvidas. É por isso que ele me ligou. Eu o conheço há muitos, muitos anos, mas foi como começar do zero novamente. Um sentimento estranho. A coisa mais difícil para ele era a comparação com o jogador que ele havia sido. Eu tive que frear esses pensamentos. Esse foi o meu maior desafio. No primeiro dia ele me perguntou: "Marian, quanto tempo eu preciso para chegar lá de novo?" Eu disse: "O que você espera de uma resposta? Eu acabei de voltar. Eu não sou um mago. É um processo". Eu nunca teria pensado que isso aconteceria tão rápido".
Marian Vajda disse que Djokovic precisava, antes de mais nada, de se acalmar e ele pode ajudar porque consegue lidar com o sérvio. O eslovaco pontuou como começou o processo de retomada: "Eu disse a ele: 'Você tem isso em você. Você é um campeão. Mas agora temos que encontrar nossas rotinas diárias novamente. Agora temos que passar por esses tempos difíceis'. É claro que não ajudou em nada o fato de ele ter se lesionado, lutou por nove meses. Fisicamente ele estava perdendo alguma coisa. Ele tinha feito físico, mas faltava a solidez do jogo. Agora sua estrutura muscular é muito melhor novamente. O mais importante, porém, foi o mental. A grande questão era: por quanto tempo ele pode ir perdendo? Ele precisava de vitórias", confessou.
Vajda contou que mesmo frustrado após a derrota em Roland Garros para o italiano Marco Cecchinato, Djokovic decidiu sozinho jogar a temporada na grama, escolheu o ATP 500 de Queen's onde foi vice-campeão. Questionado se este foi o ponto de virada de Djokovic, o treinador deu uma visão diferente.
"Se eu tivesse que escolher uma partida, seria a semifinal de Wimbledon contra Rafael Nadal. Ele foi incrível. Uma hora um fã das arquibancadas gritou: "Obrigado pessoal, por este tênis!". Esta vitória deu a Novak grande fé. Então ele perdeu o medo de perder novamente", revelou.
Questionado se ele exigiu a saída do guru Pepe Imaz da equipe de Djokovic, Vajda disse que o assunto é outra coisa e que ele gosta da equipe como está agora.