Por Leonardo Mamede, em Belo Horizonte (MG) - Bruno Soares e Marcelo Melo perderam o primeiro set, mas depois deslancharam e bateram Emilio Gomez e Roberto Quiroz, pondo o Brasil à frente do confronto contra o Equador pela primeira vez. Com 2x1, só falta um ponto para o triunfo.
Na coletiva pós-jogo, Bruno e Marcelo explicaram o porquê de uma dupla formada por jogadores fora do top 300 – Emilio é o 317º da ATP; Roberto, o 434º - deu trabalho à uma parceria de dois top 10.
“Algumas coisas. Eles entraram sem muita responsabilidade, sem muito a perder. Os equatorianos são muito mais franco-atiradores do que a gente. A responsabilidade está toda na nossa dupla, e eles usaram isso no primeiro set, quando sacaram muito bem. Mas acho que (a derrota no set) foi mais por que demoramos a acertar a mão do que por mérito deles”, analisou Bruno.
“Nos últimos três sets, pegamos a mão na devolução, começamos a sentir bem a bola, fazer as coisas acontecerem mais e tomamos o controle das situações. Eles não tiveram break points, quase não tiverem chances nos games e nós criamos várias oportunidades. Eles tiveram o momento deles na primeira parcial, mas fizemos uma grande partida, principalmente nos sets que vencemos”.
Marcelo, por sua vez, sublinhou a experiência e a sintonia entre os mineiros, que disputarão Washington, a partir de segunda-feira, e, depois de jogar Toronto com seus parceiros fixos, voltam ao Rio de Janeiro para o compromisso mais importante do ano: a busca pela medalha de ouro olímpica.
“Cometemos um pouco mais de erros no primeiro set, mas eles estavam jogando muito bem. A partir do momento em que prevaleceu nossa experiência, mudamos um pouco o estilo de jogo, começamos a devolver diferente, especialmente no meu caso, e isso acabou decidindo (o jogo), a partir do segundo set. Às vezes, parece que cometemos muitos erros, mas eles os provocaram. Mudamos a estratégia de jogo, ela começou a funcionar e nós prevalecemos”.
Por fim, os dois duplistas brasileiros com títulos de duplas masculinas em Grand Slams - Bruno venceu na Austrália, neste ano, enquanto Marcelo conquistou Roland Garros, em 2015 - falaram da importância do desafio de hoje para a Rio-2016, expressando o que precisam fazer para chegar ao Rio com tudo.
“É importante para nós, visando a Olimpíada. Pudemos controlar muito bem o emocional. Não é fácil começar um set abaixo, em casa, com adversários atuando muito bem. Isso mostra a experiência que a gente tem e o entrosamento. Em alguns momentos, eu nem falava com o Bruno, mas nós já sabíamos muito bem o que o outro estava pensando. Temos o mesmo pensamento quase sempre, e isso faz de nós uma dupla muito boa”, concluiu.
“As condições aqui são parecidas, a torcida a nosso favor, participando bastante teremos uma responsabilidade grande e semelhante, Copa Davis e Olimpíada são duas competições parecidas, no sentido de representar o nosso país. Para nós, foi muito legal sentir que estamos jogando num nível muito bom. Ainda temos três semanas para tirar muita coisa boa desse jogo e dos próximos que faremos. É sintonia fina até as Olimpíadas. Continuar o trabalho, estar bem fisicamente e ajustar os últimos detalhes para ir ao Rio”.