Por Leonardo Mamede - O gaúcho Luiz Peniza, natural de Santana do Livramento, cidade no sudoeste gaúcho que dista quase 500 km de Porto Alegre e faz divisa com o Uruguai, está no mundo do tênis desde os 4 anos. Ele começou a carreira em Santa Maria (RS), no Avenida Tênis Clube.
Ao concluir a graduação em Educação Física, ele morou por 8 meses em Barcelona, onde trabalhou na conceituada Academia Sánchez-Casal e fez uma pós-graduação em em treinamento esportivo de alto rendimento. Depois disso, voltou ao Brasil para trabalhar no Instituto Gaúcho de Tênis (IGT), que por anos foi a principal referência no tênis de seu Estado natal.
Atualmente trabalhando junto a Patricio Arnold e Ivan Kley, em Itajaí (SC), ele comanda, nesta semana, os jovens Thiago Wild, Mateus Alves e João Lucas Reis, que tentam conquistar, no Rio de Janeiro, o título de campeão sul-americano para o Brasil, na categoria 16 anos.
Luiz fez uma avaliação da atual geração de 2000-2001, uma das melhores dos últimos anos na idade. “A equipe é muito qualificada. Esta safra é ótima, há sete ou oito jogadores desta faixa etária [15-16] que poderiam estar aqui. Temos muitas chances de título”.
Na esteira de seu comentário, o líder do esquadrão brasileiro avaliou o momento do tênis nacional.
“Temos Bellucci, Feijão e Rogerinho liderando [o tênis brasileiro], tem o pessoal que luta nos Challengers [André Ghem, Guilherme Clezar, Caio Zampieri, José Pereira], e a nova geração chegando, com o Thiago Monteiro, que está tendo uma temporada sensacional [já é o 186º da lista], Carlos Severino, Wilson Leite. Com o aumento do investimento [no esporte], vejo o futuro com otimismo”.
Peniza trabalhava no Instituto Gaúcho de Tênis, liderado por Marcos Hocevar e Fernando Roese. O Instituto deixou de acolher tenistas de alto rendimento quando a Gerdau, principal apoiadora, retirou o patrocínio, em grande parte por causa da crise que atinge o país. O rio-grandense comentou a saída do local, explicou que a ideia ainda não está acabada e falou sobre sua ida ao Itamirim Clube de Campo, local onde trabalha hoje e treinam jovens como Orlando Luz, o Orlandinho, Marcelo Zormann e Rafael Matos.
“A equipe do IGT sofreu a queda quando a Gerdau cortou o patrocínio. Mas o Instituto ainda pode voltar, já que a empresa tem projetos em andamento para financiar [o Instituto] com a captação de recursos, através da Lei de Incentivo ao Esporte”.
“Eu fui pro Itamirim através de um contato com o Patrício Arnold e o Ivan Kley, porque eu gostaria de continuar esse trabalho [que era realizado no IGT] com os meninos. Em Porto Alegre, estava difícil de organizar o processo e eles precisavam de um Centro para treinos. Por isso, fizemos essa transição. E não fomos apenas para trabalhar com eles [os gaúchos], mas também vir a colaborar com a ADK, que é o Centro de Treinamento residente no Itamirim, ajudar como um todo esse CT. E está sendo bem legal”, finalizou o comandante.