Por Ariane Ferreira – Parceiro de treinos do espanhol Rafael Nadal no Rio Open, o pernambucano radicado no Paraná, José Pereira, declarou o quanto aprendeu om o espanhol e também com sua irmã, a tenista número um do Brasil e 45 do mundo, Teliana Pereira.
Zé, como é chamado o jovem de 25 anos dono do posto de 287 da ATP, disputou a chave do qualificatório do Brasil Open como convidado, caiu na estreia para o português Gastão Elias em um jogo que pouco agradou seu treinador, o ex-tenista argentino Juan Pablo Brzezicki, conhecido no circuito como ‘Polaco’, que teve como melhor colocação do ranking da ATP 98º posto.
Durante a derrota do tenista brasileiro, Brzezicki dizia o tempo todo para o brasileiro para “bater na bola com confiança e não com raiva”, mas o brasileiro não ouviu. Uma hora após a partida, em conversa com o Tênis News, Zé concordou com o argentino e disse que isso tem lhe acontecido algumas vezes.
"Chegou um momento que eu não estava bem e estava batendo com raiva e muito longe da bola. Não estava muito dentro da tática. Concordo com ele, já aconteceu outras vezes, mas estamos trabalhando nisso”, assumiu o brasileiro, que acertou a parceria com Brzezicki há cinco meses, que segundo o tenista tem sido “bem produtivos”.
Sobre o esquema de treinos com o argentino, o brasileiro contou que passou parte da pré-temporada em Buenos Aires, mas que fez as duas últimas semanas em Curitiba, Paraná, dividindo os trabalhos com equipe da irmã, Teliana, que tem o irmão mais velho deles, Renato, como treinador.
"A gente tem se encontrado em torneio", resumiu a relação de trabalho com Juan Pablo Brzezicki, que também é treinador do argentino Nicolas Kicker , 157º do ranking.
Zé e Kicker têm planejado calendários semelhantes para inclusive dividirem os custos do trabalho de Brzezicki. Para as próximas semanas, os jogadores planejam disputar um Challenger no Chile e os quatro do circuito mexicano em quadra rápida.
Sobre o fato de ter conquistado quatro títulos de Future no discorrer de 2015 e aumentar substancialmente seu ranking, Zé Pereira resumiu: "Colhi frutos de anos de trabalho. Acabou encaixando. Tive confiança. Ganhei bons jogos e os resultados vieram".
O tenista brasileiro está agora ‘fixando-se’ na disputa de torneios nível Challenger e tem curtido o momento: "Esta é uma etapa que é difícil no começo. Porque em Future, por exemplo, eu acabava fazendo quartas, semi, final. Aqui (Challengers), você acaba perdendo na segunda-feira e precisa treinar a semana inteira. Acho que é um processo bem empolgante. Quando você vê que todos estão em certo nível, você quer chegar lá".
O irmão mais novo da número um do Brasil comentou a experiência de treinar ao lado de um dos maiores tenistas da história, Rafael Nadal, pelo segundo ano consecutivo e do que aprendeu também com os demais tenistas "tops" que estiveram na chave do Rio Open "O profissionalismo deles. Eles são quase atletas perfeitos. Sempre treinam no máximo. A concentração e a intensidade deles nos treinos", apontou.
Após a experiência, Zé contou que mudou muitas coisas em seu processo de treino com o que aprendeu, principalmente observando Nadal.
O tenista também tem aprendido muito em casa com a batalha e sucesso da irmã Teliana Pereira. Segundo Zé Pereira, ser irmão da número um do Brasil não traz nenhuma pressão: "Só ajuda. Porque a gente é bem unido. Conversamos bastante. Eu estou ao lado dela. Trabalho com a mesma equipe que ela. Eu sei o que ela fez para chegar lá. Tenho certeza que se eu for por esse caminho, tenho certeza que chego lá”, declarou.
José Pereira acredita que a irmã é um exemplo para as demais jogadoras brasileiras e um motivador para jovens: "Ela ter chegado nesse ranking, ter vencido WTA, acho que incentivou muito as meninas. Porque ela estava ali junto com as meninas, nos torneios e agora elas viram que dá pra chegar, basta treinar e se dedicar".
"Estar entre os 200 do mundo é minha primeira", declarou o tenista que tem vivido no circuito profissional com as premiações do torneio e apoio em material esportivo com roupas da Fila e raquetes Wilson.