O ex-número um do mundo Juan Carlos Ferrero, retirado do tênis profissional em 2012, atua como diretor do ATP 250 de Valência, na Espanha, torneio do qual também é proprietário e tem passado por problemas de ordem financeira.
Nesta quinta-feira, o ex-tenista visitou as instalações das novas quadras central e um do complexo Ciudad de las Artes y las Ciencias, onde é realizado anualmente a competição, mas que precisou de mudanças, pois a principal arena do complexo multidisciplinar, Ágora, precisa de reformas e não foi autorizada a realização das disputas ali.
Na visita, Ferrero esteve acompanhado da imprensa e conversou sobre as melhorias para público e atletas, mesmo com a troca de nível - o torneio até 2014 era um ATP 500 e fez a troca de nível com Viena.
Empresário bem sucedido, o ex-tenista contou que ele e os sócios, a empresa de marketing esportivo Octagon, o tenista David Ferrer e a ex-tenista e capitã espanhola na Copa Davis e Fed Cup, Conchita Martinez, perderão dinheiro para manter o torneio de pé.
"Apertamos muito o cinto e não vamos ganhar nada. As ajudas são mínimas e temos que fazer um esforço muito grande. Por isto, há ainda a icógnita de que termos edições nos próximos anos", comentou o espanhol ao falar do apoio do governo local, que patrocina parte da competição e cede o complexo pelo valor de custo de manutenção.
O que pesou nas contas foram as construções das quadras, em virtude da má conservação do complexo que pertence a administração pública valenciana. Ferrero contou ainda aos jornalistas que as conversas com o governo local seguem para que o torneio seja mantido.
A competição coloca 800 pessoas entre profissionais, em sua grande maioria, e voluntários trabalhando no torneio. 80% destas pessoas são da região por determinação dos diretores da competição que têm como principal objetivo fomentar o tênis local.
O torneio espera receber em sua 'Fun Park', de acordo com o ex-número um do mundo, cerca de 200 mil pessoas na semana, ali, além de apresentações culturais (música, teatro e manifestações regionais), haverá 25 pontos comerciais entre lojas e restaurantes à disposição do público.
A competição tem como política cobrar 'preços populares' pelas entradas, 70% delas vendidas por 10 euros por dia e assim seguirá a conta, revelou Ferrero: "Esperamos que as pessoas venham ver tênis. Quando há nomes importantes no quadro, o torneio é mais atrativo, apesar de que quem gosta do esporte vem de qualquer jeito", declarou.