Por Fabrizio Gallas - Mais uma vez, João Fonseca mostrou porque é um tenista e um atleta especial, na noite desta quinta-feira. Um coração e raça absurdas. Crédito: Pete Staples/ATP
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No tênis não basta ter talento, uma boa técnica, tática, força e físico. É preciso ter garra, coração e vontade de vencer.
A atmosfera era favorável. Mesmo jogando nos Estados Unidos, parecia o Rio de Janeiro, quadra central cheia, coro de João Fonseca a todo momento. Primeira rodada, um torneio importante, um adversário encardido, mas ao mesmo tempo "freguês" do brasileiro (coloco entre aspas pois são poucos jogos ainda). Ele vinha de título importante, derrotando fortes oponentes. A expectativa era alta, assim como foi no Rio de Janeiro.
Tanto é que Fonseca sentiu mal-estar, teve cãibras. Ele não sabe de onde veio isso, como próprio disse na entrevista para a ESPN. Mas desconfiou que veio do nervosismo, da parte mental. Super natural. Ele tem 18 anos, está se acostumando com todo o ambiente, com as expectativas, em como respirar e controlar certas situações em quadra. E ainda está se formando fisicamente.
Vamos lembrar aqui como Novak Djokovic começou a carreira com vários episódios de problemas respiratórios, questões físicas, até se tornar o monstro que foi. Jannik Sinner igualou, penou com seus 18, 19 e 20 anos até desabrochar por completo no último ano e meio.
O que importa é que Fonseca superou tudo isso, a ânsia de vômito, o andar cambaleante de uma cãibra. O ambiente todo. Foi lá e venceu. Na garra, no coração e claro, na bola.
Esse menino é de fato especial. Mas ressalto. O caminho ainda é muito longo e muitos aprendizados virão.