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Meligeni opina sobre vaias a Djokovic após desistência no Australian Open

Sexta, 24 de janeiro 2025 às 14:33:54 AMT

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Tênis Profissional

Fernando Meligeni, ex-top 25 e semifinalista de Roland Garros em 1999, emitiu sua opinião após as vaias recebidas por Novak Djokovic nesta sexta-feira após sua desistência na semifinal do Australian Open.



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Djokovic desistiu do jogo após perder o primeiro set por 7/6 (7/5) para o alemão Alexander Zverev, segundo colocado. O natural de Belgrado sofreu com dores na perna em lesão adquirida na partida anterior contra Carlos Alcaraz.

"A vaia ficou estabelecida como a manifestação de descontentamento da torcida com o atleta. Nela, as pessoas presentes mostram que não concordam com muitas coisas. Ao ver Djokovic sair de quadra vaiado, senti uma enorme vergonha e raiva das pessoas que estavam ali.

Um cara que estava trabalhando, dando tudo pelo seu ofício, lutando pelos seus sonhos, entretendo e inspirando milhões de pessoas, machucado, com dor, frustrado por não poder lutar pelo seu objetivo, estava sendo atacado por pessoas que, ao comprar um ingresso, acharam que tinham o direito de determinar se ele deveria ou não continuar em quadra, mesmo naquela situação", começou dizendo Meligeni em sua conta do Instagram em conjunto com a do New Balls Please. Ele também lançou reflexões.

"Entendo a frustração. Mas, a partir de hoje, será que, se alguém desmarcar uma reunião porque está doente, também vaiaremos ? Se um ator desmaiar no palco e for levado ao hospital, vaiaremos? Pelo que entendi, parece que sim.

Novak Djokovic pode ter cometido erros em sua postura, pode ter uma personalidade dura e opiniões radicais sobre alguns assuntos. Você pode ou não gostar disso, e eu entendo. Mas, no seu ofício, na sua entrega ao tênis, ele é alguém que sempre deixou tudo em quadra. Seu ingresso sempre valeu cada centavo pelo que ele apresentou. 

Ah, Fino, que sensível, que chato, não pode fazer nada.

Minha postura sempre foi e sempre será: temos o direito de falar e fazer o que quisermos, desde que nossas atitudes não sejam injustas, não machuquem, não sejam ilegais ou sem empatia. Vaiar um atleta que deu tudo o que tinha até a semifinal, que estava claramente machucado, que tem 37 anos e ainda assim entrou em quadra tentando encontrar uma solução… Eu não concordo. E sempre, no meu espaço, falarei o que penso. Você gostando ou não.

Podem me vaiar. Será só mais uma atitude que precisamos melhorar. Afinal, não temos o poder de determinar o que as pessoas escrevem ou pensam. Temos apenas o direito de não ler, não seguir, não acompanhar mais.

Mas…

Antes de pensar em fazer isso, convido cada um de vocês a entrar na sala dos seus chefes vaiando as decisões deles com as quais vocês não concordam.

Isso ninguém faz, né?"


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