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Bia Haddad precisa voltar à sua essência e se cobrar menos

Sábado, 18 de janeiro 2025 às 16:16:17 AMT

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Tênis Profissional

Por Fabrizio Gallas - Este início de 2025 até o momento é desanimador para Bia Haddad Maia. E o torcedor ficando cada vez mais descontente.



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Dos cinco jogos de simples realizados, apenas um deles foi, diria, foi legal, na segunda na Austrália. Os demais foram ruins com claros problemas no saque, na devolução e como propriamente revelado pela tenista em entrevista ao TenisBrasil neste sábado, questões emocionais pesaram.

Bia nunca foi aquela jogadora de passar por cima das adversárias, pouco faz isso no circuito desde que se estabeleceu lá em cima logo após a pandemia e um pouco antes quando desabrochou, em 2019. Mas ela tem um tênis de potência, agressivo e convicção que, aliados à garra e resiliência, a levaram aos resultados que teve e encantaram o país.

Mas desde 2024 e especialmente neste começo de ano tem sido difícil para o torcedor brasileiro acompanhar suas partidas. Segundo saque fraco, previsível, bolas no meio da quadra, lentas, erros, muitas oscilações. A impressão que fica é que as adversárias, principalmente as de menor ranking, sabem que basta ficar com a brasileira no jogo que uma hora ela deve oscilar e abrir a porta.

O que fica mais claro e evidente é que a paulistana vem se cobrando demais. Colocando uma pressão em busca de títulos enormes e do sonhado Grand Slam . No momento esse sonho é incompatível com a brasileira diante de suas barreiras psicológicas. Questões que, imagino, Bia deva resolver consigo mesma. Certamente não é um problema com o técnico. Afinal, com Paciaroni ela alcançou o top 10 duas vezes e a segunda não faz muito tempo, no final de 2024, ano que teve um primeiro semestre bem abaixo do que o esperado.

Torcedor é torcedor, levado pela paixão e emoção, não tem paciência com nada, mas é notório o crescimento da irritação com o nível de atuações da brasileira. Basta ver as reações nas redes sociais ou as mensagens em grupos de tênis pelo Whatsapp. Infelizmente o fã tem memória curta, acaba sendo cruel e comparando ainda mais em um momento de alta de João Fonseca, que vem encantando a todos. Acaba esquecendo o que a brasileira fez e é capaz de fazer.

Fica mais claro que há limitações psicológicas que a impedem de ter uma dominância de uma Iga, de uma Sabalenka ou Rybakina. Consegue desempenhar o seu melhor em poucas semanas em uma temporada e na maioria das vezes quando não há muita expectativa.

Talvez seja melhor Bia botar a bola no chão e buscar voltar às suas raízes de agressividade, buscar soltar o braço e o principal: se cobrar menos. O ciclo atual, repito, que vem desde boa parte do ano passado, é vicioso e igual danoso para a brasileira.

Não está legal. Acompanhar os jogos da brasileira vem até certo ponto sendo um martírio não só para um simples fã do esporte, mas também para os especialistas.

É bom lembrar também que o tênis sempre dá uma nova oportunidade a cada semana. Uma vitória, às vezes um game ou até um ponto e tudo pode mudar.

E o discurso de aprendizado recorrente vai se tornando também cada vez mais chato na boca do torcedor. Afinal, Bia não é nenhuma garota de 18, ou 22 anos mais.

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