Se o bronze das brasileiras Luisa Stefani e Laura Pigossi foi a mais grata surpresa nesta edição olímpica (para a torcida nacional, claro), Novak Djokovic deu péssimos exemplos.
Na disputa pelo bronze nas simples, o sérvio jogou com toda raiva e força a raquete na rede, destruindo a mesma, na hora, obviamente. A imagem, não por acaso, viralizou nas redes.
Não me lembro de nenhum outro(a) líder (ou ex-líder) do ranking mundial, de qualquer modalidade, com postura tão vergonhosa.
Não consigo imaginar, por exemplo, o judoca francês Teddy Riner dando chiliques como o de Djokovic. Ou a ginasta americana Simone Biles com atitude semelhante. Ambos são enormes (bons) exemplos.
Há poucos dias, Nole disse que ‘pressão é privilégio’ é que ‘se quer estar no topo, é melhor aprender a lidar’. Infelizmente, o próprio líder do ranking vem mostrando q não sabe lidar com a pressão.
Antes mesmo da estreia olímpica, em um treino (isso mesmo, um treino), o dono de 20 Grand Slams quebrou a raquete.
Após a derrota na disputa pelo bronze nas simples , Nole abriu mão de disputar a mesma medalha nas duplas mistas. O motivo foi a dor no ombro esquerdo. Aí fica a pergunta: será que o incômodo era tão grande, ao ponto de impedi-lo de jogar uma partida de duplas? Não custava o sacrifício para não deixar na mão sua parceira? Jamais saberemos.
Alguns dos principais rivais de Djokovic abriram mão de jogar em Tóquio para se recuperar para o restante da temporada. Foram os casos do espanhol Rafael Nadal e do austríaco Dominic Thiem, entre outros.
Era nítido que o sérvio chegou ao Japão extenuado. Não era pra menos: ganhou, em pouco mais de um mês, dois Slams: Roland Garros e Wimbledon. Mas será que ele se acha tão superior ao ponto de acreditar que levaria o inédito ouro mesmo sem estar 100%? Também jamais saberemos.
Pisadas na bola à parte, Djokovic foi alvo de uma injusta reclamação do brasileiro Marcelo Melo, adversário na dupla mista. O brazuca reclamou por ter levado uma bolada proposital do sérvio. Porém, a jogada foi de puro reflexo, não vi intenção do líder do ranking em acertá-lo. Ao meu ver, quem errou, neste episódio, foi o mineiro, por reclamar de uma jogada que, muitas vezes, acontece.
Que o sérvio consiga se recuperar física e mentalmente nas próximas semanas e volte com tudo. Até porque tênis ele tem de sobra e, provavelmente, baterá em breve o recorde de Slams.
Contudo, ao meu ver, seria ainda mais gratificante se ele não tivesse posturas tão ruins quanto algumas protagonizadas na Olimpíada. Aí, sim, voltaria a ser um campeão (e um bom exemplo) dentro e fora das quadras.
Sobre Gustavo Loio
Jornalista formado em 1999 e pós-graduado em Assessoria de Comunicação, já trabalhou com Gustavo Kuerten. E, também, nas redações da Infoglobo (O Globo, Extra e Época), do Diário Lance! e do Jornal O Dia, além do site oficial do Pan de 2007, no Rio.