Após ser derrotado pelo russo Daniil Medvedev na segunda rodada da fase de grupos do ATP Finals, o sérvio Novak Djokovic foi questionado sobre a "polêmica" do dia envolvendo seu nome e o do canadense Vasek Pospisil, que pleiteiam novos postos no Conselho de Jogadores da ATP.
Leia Mais:
Djokovic lamenta baixo nível contra Medvedev e reconhece possível atraso do Aberto da Austrália
O sérvio que deixou a presidência do Conselho e o próprio conselho há três meses para fundar a PTPA (Associação dos Profissionais de Tênis) ao lado de Pospisil, com o apoio de diversos atletas, dentre eles o argentino Diego Schwartzman que mais cedo defendeu a candidatura dos companheiros, foi questionado diretamente sobre o tema e em uma longa resposta, expôs seu ponto de vista.
De acordo com o sérvio, todos os "jogos políticos" dos bastidores pouco interessam e "viram notícia" e refuta: "O que é importante escrever é que Novak é um hipócrita".
"Embora grande parte da minha equipe e pessoas próximas a mim não entendam por que eu desperdiço tanta energia em algo que provavelmente desvia meu foco e atenção de coisas que importam mais, eu ainda acredito que meu envolvimento serve um bem maior, serve os jogadores", disse, como em ocasiões anteriores, sobre a ressalva de seu time sobre sua postura.
"Se os colegas querem que eu os represente, sinto que é a responsabilidade e obrigação de alguém que tem sido um jogador da elite por muitos anos. Em todos esses anos eu tentei estar disponível e agir proativamente dando minhas ideias e sugestões", prosseguiu.
O sérvio voltou a dizer que o foco de ação não está no top 50 ou 100, mas em rankings inferiores: "Temos que prestar atenção a todos os outros jogadores que estão sofrendo muito. Eles constantemente criticam o sistema de tênis, pois eles têm muitos problemas".
Dojokovic se defendeu: "Acontece que muitas vezes minhas palavras são distorcidas, assim como nos últimos dois dias. Algumas pessoas estavam dizendo que é hipócrita da minha parte talvez estar de volta ao Conselho, juntamente com ser um dos fundadores da PTPA. Não era minha intenção voltar ao Conselho", iniciou.
"Mas em agosto, os jogadores exigiram que Pospisil e eu renunciássemos. Eu estava dizia naquela época e eu estou dizendo agora: 'eu não vejo um conflito nisso'. Tentei explicar isso às pessoas, mas há certos grupos que não querem entender, porque eles têm outros interesses. Vasek e eu fomos nomeados por um grande grupo de jogadores, descobrimos há três ou quatro dias, eles nos pediram para aceitar essa nomeação para estar no Conselho novamente. Nós aceitamos com prazer, é uma honra para nós, e diz que estávamos sendo nomeados novamente depois que fomos praticamente expulsos anteriormente. Significa que fizemos um bom trabalho e que muitos jogadores confiam em nós. Até ontem à noite eu queria colaborar com a ATP como um dos co-fundadores do PTPA, mas promovendo a nova regra pela qual você não pode ser membro do Conselho e qualquer outra organização dentro do sistema de tênis simultaneamente. Os jogadores enviaram uma mensagem clara sobre o que eles pensam sobre tudo isso. Então, novamente, a ATP foi contra os desejos do grande grupo de jogadores que nomeou Pospisil e a mim. Não fomos nós que nos aplicamos, como foi relatado na mídia", esclareceu.
"Isso são jogos políticos de bastidores que ninguém escreve sobre, importante é escrever que Novak é um hipócrita. Mas ok, não é a primeira vez, estou acostumado, isso só fortalece meu escudo e me dá uma motivação ainda maior para fazer o que é certo para o esporte e para os jogadores", rebateu.
"Este é apenas o começo para a PTPA, temos que ver qual será nosso próximo movimento estratégico, obviamente vamos precisar ter uma abordagem um pouco diferente a partir de agora. Pelo menos sabemos agora onde estamos quando se trata de ATP", finalizou.