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Cornet alerta para crise no tênis feminino: 'É toda uma econômia tremendo'

Quinta, 12 de novembro 2020 às 11:19:33 AMT

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Em entrevista ao jornal francês L'Equipe, a francesa Alizé Cornet comentou seus receios em razão a queda econômica que o circuito WTA sofreu com a pandemia da COVID-19, tendo inclusive um calendário de dois meses, na China, cancelado.



"Estamos sofrendo muito, principalmente porque temos muito, muito dinheiro na Ásia. Se bem entendi, o Finals (em Shenzhen) ainda representa 50% do faturamento da WTA. É colossal. Como o Finals não está acontecendo e a Ásia fechou suas portas até março, estamos em 'modo de sobrevivência'", revelou a tenista ao ser perguntada se estava preocupada com a WTA.

"Os torneios femininos pequenos não são muito lucrativos e como todos estão em dificuldades, é muito complicado fazer esses torneios sobreviverem. Dói o coração quando você vê a programação dos meninos e das meninas. Quando falam sobre igualdade de gênero, isso me faz rir", desabafou.

Questionada se a WTA errou ao deixar boa parte do seu calendário da WTA na China, Cornet refletiu: "Isso é um erro ou eles (os líderes da WTA) não tiveram escolha? Eu realmente não posso comentar. Quando você tem ofertas tão interessantes de um continente ... O trabalho deles é trazer o dinheiro, para garantir que as jogadoras tenham as melhores condições", declarou e ainda destacou: "Se o circuito fosse apenas na Europa ou nos Estados Unidos, receberíamos muito menos, é uma espécie de faca de dois gumes".

A tenista ainda foi questionada se o modelo econômico do tênis pode mudar: "A premiação em dinheiro dos WTA perdeu entre 10% e 25%, já que eles não eram enormes e que você ganha corretamente das quartas ou das semis. Nossa maior chance é poder jogar os Grand Slams, porque é onde as coisas estão menos acontecendo e isso financia nossa temporada. Mas para isso, você tem que estar no top 100. Eu me preocupo com os jogadores que não estão no top 100 e que dependem dos torneios menores. Você realmente precisa ter empatia por todas essas pessoas que estão lutando ainda mais do que nós. Toda uma economia está tremendo muito. É uma pena porque a WTA realmente fez um bom trabalho nos últimos anos. É um grande golpe. Isso levará anos para ser recuperado".

Cornet ainda comentou ao jornal que o CEO da WTA, Steve Simon, estava "muito feliz" com a possibilidade de fusão com a ATP, porém segundo a tenista "parece que jogou água fria na panela" e não se fala.

 

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