Promotor acusa Zverev de estrangular mãe de sua filha

Nesta sexta-feira, no tribunal criminal de Berlim, na Alemanha, foram lidas em audiência pública as partes do final do processo em que o campeão Olímpico Alexander Zverev é acusado de violência doméstica conta sua ex-namorada e mãe de sua filha.

A agência de notícias alemã DW esteve presente à sala de processo, em que o promotor público designado para o caso, Philipp Zündorf, leu na íntegra a acusação contra o tenista.

No texto, a acusação pontua que na madrugada de 20 para 21 de maio de 2020, entre 0h e 2h30, Zverev e Brenda Patea tiveram uma forte briga em um apartamento alugado via Airbnb no distrito Charlottenburg na capital alemã. Ainda de acordo com a promotoria, após uma "discussão acalorada", Zverev jogou a namorada contra uma parede e a estrangulou com as duas mãos. Na sequência de fatos, a jovem deixou o apartamento e relatou que ficou com dores no local e dificuldades para engolir por dias.

Logo após a acusação foi a vez da defesa do tenista se manifestar, por meio de um reconhecido advogado criminal do país, Alfred Dierlamm. Apesar de ter sido Zverev quem contestou a decisão inicial do processo do pagamento de uma multa no valor de 450 mil euros, sua presença física ou virtual não foi exigida e o tenista segue competindo em Roland Garros onde derrotou Rafael Nadal na estreia e jogará a terceira rodada.

Dierlamm leu uma defesa de 12 páginas, que pontuou que seria um "olhar objetivo para os fatos". Durante toda a sua exposição, o advogado de Zverev afirmou que as acusações da ex-companheira do tenista eram "infundadas" e que ela estava atrás de  "dinheiro e fama".

"Essas provas são relevantes para o julgamento", disse Dierlamm e que destacou ainda que a jovem utilizava o cartão de crédito do tenista para fazer "compras de luxo". Segundo o advogado, todo o comportamento de Patea estava focado em "aumentar seus seguidores no Instagram e no TikTok, e viver um estilo de vida esnobe".

A defesa de Zverev apresentou trechos de conversas entre o tenista e a ex-namorada em aplicativos e redes sociais. Em uma, supostamente a moça diz que imitará outra ex-namorada de Zverev, a russa Olya Sharypova e procuraria a mídia para acusá-lo caso ele não pagasse a ela.
Brenda Patea nunca respondeu a nenhum pedido de mídia na Alemanha para falar sobre as agressões de Zverev. O jornalista norte-americano Ben Rothenberg que publicou as acusações de Sharypova afirmou mais de uma vez em suas redes sociais que Patea nunca sequer lhe respondeu a pedidos de entrevistas.

Ainda na acusação, Dierlamm aponta uma suposta mentira contada por Patea a Zverev sobe sua profissão e renda e que na verdade ela havia trabalhado como 'consultora de vendas e na Amazon'. Nas redes sociais, Patea se apresenta como modelo.

Dierlamm aponta ainda que as descrições dos fatos por parte da jovem são "fictícias" e que após a data do incidente em Berlim, o casal viajou para Hamburgo, cidade natal de Sascha, e que ali teriam discutido em um carro. Esta discussão também foi relatada pela jovem à polícia alemã e a defesa contra argumenta que apesar dela ter tido vontade de voltar à Berlim, ela permaneceu em Hamburgo.

Ainda nas palavras da defesa, os dois teriam tido uma "noite abençoada" ao lado de amigos e familiares e que há registro em vídeo que demonstra "atmosfera divertida, de bom humor. Não havia ferimentos visíveis e nem sinal de desarmonia".

A defesa de Zverev pediu a suspensão do julgamento e que ele fosse privado para "preservar a filha do casal". O advogado de Patea, Michael Nitschke, falou aos jornalistas após a suspensão do julgamento e disse não se opor ao pedido de privacidade da defesa do tenista.

Ainda segundo Nitschke, sua cliente não está atrás e dinheiro e sim de justiça. A defesa apresentou um perito fonoaudiológico que iria depor hoje sobre o caso.

A juíza do processo, Barbara Lüders, tem até segunda-feira para tomar uma decisão.

*Com informações da DW.