Por Ariane Ferreira - Estamos há 166 dias do início das disputas do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que começam antes da cerimônia de abertura dos Jogos em 26 de julho. Conheça os critérios da ITF para classificação.
A competição de tênis, que retornou ao programa Olímpico nos Jogos de Atenas 2004, conta com a disputa de cinco modalidades, são elas: individual feminino e masculino, ambas as chaves com 64 jogadores, duplas femininas e masculinas com 32 duplas cada e a disputa em duplas mistas, com a presença de 16 duplas.
As chaves individuais e de duplas terão classificação por ranking determinada com os rankings oficiais de 10 de junho de 2024. Das 64 vagas individuais, 56 são diretamente pelo ranking, seguindo a ordem crescente, respeitando as regras de representatividade: cada país pode contar com até quatro representantes.
Para se compreender esta regra utilizaremos o ranking oficial desta semana.
Os Estados Unidos, por exemplo, teria como representantes Taylor Fritz, 9º da ATP, Frances Tiafoe, 14º; Tommy Paul, 15º; e Ben Shelton, 16º. Desta forma, Chistopher Eubanks, 33º, Sebastian Korda, 34º, e Mackenzie McDonald, 48º, estariam automaticamente fora da disputa olímpica, o que faria a lista de entrada dos Jogos fechar ao menos no 59º do ranking desta semana, o alemão Yannick Hanfmann. O mesmo se aplica na chave feminina.
As demais 8 vagas nas chaves individuais, estão dedicadas ao campeões dos torneios regionais como Jogos Panamericanos, Jogos Asiáticos e os Africanos - Os jogos do continente africano serão realizados em março deste ano.
É por esta regra que a paulistana Laura Pigossi, campeã Panamericana em simples e duplas ao lado de Luísa Stefani, está garantida nos Jogos de Paris.
As vagas especiais da chave também podem ser dadas com convites, neste caso os critérios podem ser o espaço de representação de um país sem classificados ou tenistas com grande histórico Olímpico, como caso do bicampeão Olímpico Andy Murray, que atualmente se garantiria nos Jogos por ranking direto, pois é o 49º. Há ainda a vaga de convite para o anfitrião, que a França não deve fazer uso por ter tenistas garantidos por ranking, e uma vaga dada a algum destaque do tênis universitário pelo mundo.
Ainda nestas vagas excedentes, atletas podem fazer uso de ranking especial, que é o determinado em caso de lesões de longa recuperação, caso que poderia ocorrer com nomes como o espanhol Rafael Nadal e o australiano Nick Kyrgios.
Entretanto, os campeões regionais e as vagas excedentes só podem ser utilizadas caso os países que estes atletas representem não exceda as quatro classificações. Além disso, é obrigatório que os tenistas das regas excedentes estejam no ranking de 10 de junho entre os 400 melhores do mundo.
Campeão Panamericano, o argentino Facundo Díaz Acosta está na corda bamba de sua participação, já que a classificação direta por ranking é o primeiro critério adotado pela federação internacional (ITF) e o Comitê Olímpico Internacional (COI). No momento, a Argentina teria garantida por ranking nos jogos Francisco Cerundolo, 22º, Sebastian Baez, 26] e Tomas Etcheverry, 29º, e portanto Acosta disputaria a Olimpíada. Caso em 10 de junho a Argentina tenha 4 atletas dentro dos Jogos por ranking, Acosta perde sua vaga direta.
Outro critério importante para a vaga nos Jogos Olímpicos é a do tenistas ter participado por pelos menos duas vezes da Copa Davis ou da Billie Jean King Cup no biênio do ciclo Olímpico, 2023-2024.
Esta regra pode cortar da disputa nomes como Carlos Alcaraz, atual vice-líder do ranking. Para conseguir participar, Alcaraz e qualquer outro tenista na mesma situação, precisa justificar sua ausência com lesão ou doença para a falta na Davis ou mesmo apresentar compromisso prévio com os torneios e a representação de seu país ou mesmo ser atleta recém chegado ao circuito.
O critério de classificação nas demais chaves também respeita classificação de ranking, feita através das inscrições das duplas e ranking comparado. Há ainda vagas de exceção, que nas duplas são 2 nas femininas e masculinas.