Em reportagem publicada nesta terça-feira, o diário australiano The Age traz a informação de que a Tennis Australia, a federação australiana, já trabalha com a hipótese de cancelar as disputas do qualificatório.
Fontes ouvidas pelo jornal e que estariam próximas as negociações entre o governo do estado da Virginia, onde fica Melbourne, e a federação apontam que a solução foi pensada para "diminuir o número de pessoas envolvidas com o torneio" e isso incluiria mídia, equipes e tenistas.
A reportagem aponta que a diminuição de pessoas envolvidas seria uma forma de alcançar a autorização das autoridades locais.
Sendo este acaso, conta da Tennis Australia é simples, apenas em número de atletas, serão 128 homens e 128 mulheres "a menos", em números absolutos, com a não realização do torneio. Se metade destes 256 atletas viajam com ao menos uma pessoa na equipe, serão 384 pessoas a menos para que a equipe do torneio controle e inclua em sua bolha.
Ainda ao The Age, fontes informam que os organizadores do primeiro Grand Slam de 2021 aguardam um posicionamento das associações profissionais, ATP e WTA, para autorizar o cancelamento dos qualis. A preocupação da Tennis Australia é que isso seja negado pelas associações, já que o quali promove uma fonte de renda essencial para os "tenistas que lutam para sobreviver no circuito mundial".
Já segundo a cadeia televisiva 9News, estas negociações podem ser emperradas por ATP e WTA, já que a federação australiana teria decidido atrasar em uma semana o início do Australian Open para 25 de janeiro, o que colocaria a data da última final em 7 de fevereiro e isso poderia atrasar em uma semana os calendários de fevereiro e março, que conta com dois ATP 500 (Rio Open e Rotterdã) e dois Masters 1000, que também são WTAs Premier (Indian Wells e Miami), ou mesmo esvaziar os torneios dos principais atletas do esporte.
A cadeia Nine, da qual pertence a 9News, por sua vez, está no epicentro de um dos problemas da Tennis Australia. O grupo é detentor dos direitos de transmissão do Grand Slam local e estaria pressionando os organizadores a realizarem a competição dentro do programado previamente no calendário. O News.com.au reporta que a TV até aceitaria o adiamento de 18 para 25 de janeiro, porque ainda tingiria o período de férias escolares no país. Porém, publicamente o canal já se manifestou pela permanência da data original.
A edição de hoje do The Sydney Morning Herald garante que o governo local deve definir, junto a Tennis Australia, nas próximas 24 horas como será a quarentena dos tenistas e se eles estarão autorizados a entrarem no país ao fim do mês de dezembro.
Por pressão dos atletas da ATP, a Tennis Australia luta por uma "quarentena mais leve", em que os jogadores não fiquem confinados entre hotel e clube como ocorreu no US Open e Roland Garros e foi um modelo copiado pelos demais torneios.
Com informações The Age, The Sydney Morning Herald, 9News e News.com.au.