Número quatro do mundo e maior campeão de Grand Slams com 20 conquistas, Roger Federer bateu um papo com Gustavo Kuerten dando apoio à campanha dele e com vários atletas e ex-atletas brasileiros, o VencendoJuntos, e contou como aprendeu a trabalhar duro na carreira.
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"Quando eu era mais jovem tive que aprender de uma forma mais dura. Quando eu ganhava as pessoas diziam que eu fazia parecer fácil e quando perdia questionavam se eu poderia ter lutado mais duro pois meu jogo parecia fácil. Sempre foi difícil achar o balanço pra mim, eu ficava confuso também, me perguntava se deveria correr mais ? preciso suar mais ? O que preciso fazer para mostrar as pessoas que estou lutando tão duro . Tive que aprender a colocar o rosto de luta o que significava lutar ou uma diferente luta e passei a trabalhar extremamente duro.Quando eu treinava com o Tony Roche ele me perguntou certa vez se eu estava preparado para jogar sete partidas seguidas de cinco sets. Eu respondi que não sabia. Então ele disse que eu deveria ter certeza para ter que jogar sete jogos de cinco sets seguidos e vencendo em um Grand Slam. Então foi onde passei a trabalhar extremamente forte", disse Federer que contou sobre a lacuna de títulos de Grand Slam entre 2012 e 2017, quatro anos e meio e sobre até seus pensamentos de retirada diante da primeira cirurgia em 2016.
"Quando você olha esses quatro anos e meio, cinco anos, as pessoas falam que estava jogando terrível, mas tive um ano difícil em 2013 com muitas dores nas costas, me custaram algumas chances de ir melhor nos Slams, mas é normal, todos têm altos e baixos, mas na verdade estava jogando muito bem, ganhei a Copa Davis com o Stan Wawrinka em 2014, atingi algumas finais de Slams, mas era o momento do Novak Djokovic e o Rafael Nadal seguindo vencendo Roland Garros. Eu segui me empurrando pois acreditava que estava bem perto, nunca perdi a motivação, curtia os treinos, tive momentos de diversão com o Stefan Edberg quando ele começou a me treinar, Severin Luthi sempre me manteve motivado, as viagens para mim não eram problema, estar na Suíça,centro da Europa ajudava e as crianças curtiam as viagens. Daí veio a lesão em 2016, cirurgia, eu tive pensamentos se seria ou não o fim, mas me disse que teria uma segunda chance e essa foi a grande surpresa para mim pois voltei mais forte já no Australian Open e para minha surpresa ao longo de todo o ano e depois. Eu sempre pensei que nunca teria uma cirurgia em minha carreira".
Guga e Federer jogaram três vezes com dois triunfos do brasileiro e os dois lembraram de alguns desses duelos:
"Lembro a segunda vez que jogamos em Indian Wells o Peter Lundgren (treinador) me disse que você tinha um saque muito potente e que sacaria praticamente tudo no backhand, e os primeiros 15 saques foram no forehand!", daí Guga retrucou: "A culpa foi do Peter então!", e Federer respondeu: "Pois é, tudo culpa dele!". Neste jogo de Indian Wells, Kuerten venceu por 7/5 7/6(7/3).
Confira a íntegra do bate-papo: