A epidemia do novo coronavírus trouxe inúmeros desafios para o mundo do esporte, e com o tênis não é diferente. O novo cenário parece até mais complexo diante das particularidades que o esporte tem.
Torneios com sedes em todo mundo e atletas remunerados por desempenho em competições são alguns dos empecilhos a serem superados nessa nova fase. O tenista brasileiro Fernando Romboli, atual número 92 no ranking de duplas da ATP, entende que não será simples a retomada dos campeonatos após a paralisação.
"O tênis é um esporte mundial. Não é justo com os outros voltar quando um país estiver em condições melhores. Pois o pessoal de outros países, que estão passando por momentos diferentes da pandemia, vão voltar ao normal cada um em um momento diferente."
Com o circuito parado até pelo menos 13 de julho, os tenistas vivem a sensação de incerteza se poderão voltar a jogar em nível profissional ainda no ano de 2020.
"Algumas pessoas já até dizem que 2020 acabou para o tênis. Eu não acho tão absurda essa ideia, mas ainda acho cedo para afirmar. Eu diria que ainda há chance de se voltar a jogar em setembro, dependendo da evolução dessa pandemia nos próximos meses."
“Os pontos estão congelados. Até agora não se sabe exatamente como vai ser. A ATP tem uma situação muito difícil porque os pontos só duram 12 meses. É uma situação muito difícil porque nunca aconteceu.”
Fernando vivia um ótimo 2020 e sonhava com a classificação para as Olimpíadas, que seriam a primeira em sua carreira. Para ele, o cenário se torno algo incerto, porém ele ainda alimenta esperanças de disputá-las em 2021.
“Eu tenho a chance de jogar a Olimpíada com o Marcelo Demoliner, ele tá em 48 no ranking, se eu chegar ali no ranking dele, próximo de 50, a gente tem chance de jogar. Agora com essa paralisação a gente não sabe como vai ficar.”
A esperança por uma vaga em Tóquio veio através de boas participações nos principais torneios dentro da América do Sul, que resultaram na 92 posição no ranking de duplas, sua melhor colocação na carreira até o momento. Fernando ainda alimenta a expectativa de disputar o Australian Open, marcado para janeiro do ano que vem.
"Estava em um bom momento, foi a primeira vez que eu consegui jogar uma gira de ATPs. consegui jogar quatro ATPs seguidos na América do Sul. Foi uma experiência muito boa, consegui ganhar jogos e subir de nível. A minha projeção era terminar o ano entre os 70 e tentar conseguir um parceiro para jogar o Australian Open."