Novak Djokovic, número 1 do mundo, afirmou ter sentido um pouco a falta do ritmo na partida de estreia em Cincinnati, nos Estados Unidos, onde defende a conquista do ano passado. Ele marcou 7/5 6/1 em cima do americano Sam Querrey, 45º.
"Não me pesava ser o defensor do título. Só tinha a emoção de voltar à quadra competindo já que passou bastante tempo depois da final de Wimbledon. Ao mesmo tempo tive um começo com dúvidas porque levo quatro semanas sem jogar uma partida. Assim que ficou tarde para ajustar meu jogo. Não tive o melhor dos começos, com três duplas-faltas, não sentia ritmo no serviço. Comecei a pensar muito porque não é bom estar uma quebra abaixo contra um grande sacador. Mas me mantive tranquilo e ele teve um game ruim com 3/2 acima e me devolveu a quebra. Uma vez estive de volta comecei a me sentir mais cômodo, ter mais chances com seu serviço e quando fechei o primeiro set senti um alívio".
Djokovic ainda comentou sobre definição de êxito no tênis e na vida e destacou o quanto aprende com o esporte: "Converso muito com minha equipe sobre a definição de êxito, não só no tênis, mas também na vida em geral. O tênis e o esporte te ajudam a construir teu caráter através das vitórias e derrotas. Muitos jogadores te dirão, o que é totalmente certo, que aprende-se muito mais nas derrotas do que nas vitórias. Quando se ganha uma partida essa sensação é dissolvida mais rapidamente do que uma derrota que fica marcada durante mais tempo. O que define o ser-humano e como esportista é como se sobrepõe a essa derrota, como se lida com ela. Pode enfrentá-la e permitir em certo modo que te faça crescer psicologicamente, te faça mais forte ou pode deixar que te controle e no fim das contas que te afunde. O esporte oferece lições de vida sobre uma quadra de tênis em muito pouco tempo, em nosso esporte, por exemplo, gosto muito do sistema universitário nos Estados Unidos onde te sente parte da equipe. Ganhe ou perca está contribuindo para o time, dentro ou fora de quadra".
Nole também comentou sobre os jovens atletas: "Às vezes sinto que há muita pressão nos ombros dos mais jovens, têm que ser campeões de Grand Slam, estar no top 10, tem que fazer isso ou outra coisa. A verdade é que só 0,5 ou 0,6 % foram tão êxitosos para serem top 100 do mundo. O que ocorre com o restante ? Assim é a vida, é preciso assumir, alguém me dirá isso. Mas na sociedade o esporte precisa abordar isso de forma mais suave e tendo mais compaixão com os mais jovens, mesmo que não tenha êxito por não chegar no mais alto, pode ter êxito na vida. Não é o fim do mundo".