Ela voltou! Isso mesmo! Após três semanas de muito trabalho na França, Paula Capulo retornou ao Brasil para nos contar toda sua fantástica experiência nos quase 40 jogos realizados, suas histórias de bastidores e claro, os passeios pelas charmosas cidades do país europeu. Em uma dessas empreitadas de nossa única árbitra de cadeira da ITF (Federação Internacional de Tênis) , teve até Top Less! Será que ela fez ? E claro, devido aos problemas da Varig, Paulinha teve muitas dores de cabeça na hora de retornar em que por pouco não dormiu no Aeroporto! Bem, essas e outras nossa colunista contará em detalhes!
Depois de um período de descanso pós-França, estou de volta para contar o final da viagem e o começo dos torneios por aqui no Brasil. Logo após a derrota pra o time do Zidane, mudei de cidade e fui para o ultimo torneio de US$ 25 mil, o de Mont de Marzan. Por ser mais ao sul da França, perto da fronteira com a Espanha, muitas pessoas entendiam e até falavam um pouco de espanhol, muito mais que o inglês. Digamos que a minha comunicação foi entendendo o francês, devagarzinho, e falando espanhol mais devagar ainda. O bom é que aprendi mais coisas nessa língua com muitos acentos.
O clima era de verão e todos os franceses estavam felizes por terem sua seleção a caminho da grande final, que assisti junto aos meus amigos franceses. Digamos que não estava torcendo para o time do "Zizu", mas também levei em consideração que seria feio começar a torcer pela Itália.
Na semana desse torneio jogaram praticamente as mesmas jogadoras da semana de Perigueux. Só que nessa tive a grande alegria de fazer a final de simples. O bom foi que antes de começar a apresentar o jogo, em francês, o locutor oficial me apresentou para o público. Então todos já poderiam entender o porquê do meu francês nada bom, mas compreensível.
O jogo foi longo e disputado. O estádio montado na quadra 1 estava lotado, o dia quente e lindo de muito sol. Perdi minha vergonha de falar em francês no microfone, era minha única opção mesmo e eu teria uma semana inteira de jogos pela frente, na minha ultima semana na cidade de Le Touquet.
Lá vamos nós em mais um dia longo de viagem. Saí da cidade de Mont de Marzan às 11h da segunda-feira seguinte e cheguei em Le Touquet as 21h30. Nunca pensei que pudesse me virar tão bem com minha pouca comunicação e muitos trens. Mudei de trem umas 4 vezes, fiz umas 2 conexões e mais uma em Paris para outra estação.
Cheguei muito cansada mas valeu a pena tudo isso. A cidade era linda, praia, perto da fronteira com a Bélgica. Acreditava que não teria cidade na França tão cara como Paris, e tava completamente enganada. Essa cidade, por estar apenas duas horas da cidade luz, era uma das praias favoritas das pessoas de lá. Era alta estação e não foi uma surpresa quando me cobraram 5 euros por um simples refrigerante.
O hotel era na beira da praia, e os jogos estavam sempre programados para começarem a partir das 14h. Pude aproveitar a parte da manhã para caminhar pela cidade e ficar com uma cor de verão. Digamos que me assustei um pouco com a quantidade de mulheres fazendo topless, não importando a idade que tivesse ou se estivesse com o namorado, marido, pai ou avô. Lá, essa prática é algo super natural, sem malícia ou problema. Achei bacana, até mesmo por eu ter me sentido uma "E.T." na beira da praia, com o biquíni completo.
Esse último torneio foi um de 10 mil dólares, mas com a organização que muitos de 50 mil não oferecem. O clube era o mais tradicional da cidade e é lá que é realizado a Davis Junior Cup. Nessa semana fiz a final de duplas e contabilizei para minha carreira mais 38 jogos nessas três semanas.
Estava sendo minha despedida da Franca, mas ao invés de felicidade por estar a caminho de casa, eu tinha o ultimo grande problema: Varig.
Já tinha me informado que as outras companhias aéreas estariam aceitando o endosso da Varig até o dia 18 de julho, sendo que minha volta estava programada para o dia 19. Minha idéia era de ficar uns três dias em Paris para conhecer a cidade. Planos cancelados. Cheguei no aeroporto pela manhã do dia seguinte que terminou o torneio e fui direto no balcão da Varig. Lá fiquei sabendo que a única empresa que estava aceitando o endosso era a Tam e que tinha dois vôos diários, pela noite. Eu era a décima da lista de espera, sendo que os passageiros do dia anterior teriam preferência. Então lá fui eu para a vigésima oitava posição da lista.
No saguão me juntei a outro grupo de brasileiros na mesma condição que a minha, e ao invés de reclamar, ficamos conversando e nos distraindo por umas 5 horas, até o check-in da Tam começar. Eram dois simultâneos, uma para o vôo das 22h, que acabou atrasando e partindo a uma da manhã, e outro que das 23h.
Então começou a ansiedade. Já estava contando os passageiros da fila para saber se lotaria ou não o vôo, chamando o supervisor da Tam para implorar pela minha volta e rezando para não ter que ficar lá por mais alguns dias. Depois de 14 horas de aeroporto, escuto meu nome sendo chamado para o embarque. Felicidade total. Todo o grupo que estava comigo acabou embarcando e ainda tive sorte de viajar na saída de emergência.
Agora já estou na primeira serie de futures aqui no Brasil, mas isso é assunto para a próxima coluna,
Um beijo
Você Pergunta, Paulinha Responde
Bom dia,
Meu nome é Alexandre David tenho 23 anos, e sou professor de tênis na A. T. J. em Jundiaí-SP. Ministro aulas há apenas 2 anos e meio, estou começando na área.
Quero que saiba que sou um admirador do seu trabalho e da profissão que exerce. Aliás pude vela em ação no Banana Bowl 2006, principalmente na final da categoria 18 anos feminino, parabéns. Sempre me interessei por arbitragem, tanto que sou Árbitro de Futebol de Campo da Federação Paulista de Futebol. Sei que os esportes são completamente diferentes, mas o principio da arbitragem creio que sejam os mesmos em qualquer modalidade.
Gostaria de poder um dia dirigir grandes partidas de tênis, e quem sabe, seguir os seus passos. Minha pergunta é, por onde devo começar, qual curso inicial pode me indicar, tens alguma dica em especial?
Grato pela atenção,
Alexandre David
Oi Alexandre,
Muito obrigada pelo e-mail e pelas palavras de carinho. Bom, para começar você deveria entrar em contato com a Federação Paulista de Tenis. Lá eles poderão te informar sobre os cursos de arbitragem para nível estadual e futuramente para um da CBT.
Um beijo e sucesso
Olá Paulinha,
Parabéns pela carreira e pela experiência vivida na França. Li sua matéria no Tênis News. Desejo-lhe cada vez mais sucesso. Quase que está questão da Varig te prejudica.
Sou super fã de tênis já há algum tempo, sou jogador amador e gostaria de saber como é a carreira de árbitro de cadeira? Onde procuro por cursos para formação de árbitro? Moro no Rio de Janeiro.
Eu poderia assumir a mesma como uma carreira auxiliar? Hoje sou executivo da área de TI, e penso em me tornar árbitro como a princípio uma segunda profissão. Um abraco, boa sorte, paz, sucesso, saúde e felicidade.
Fábio Corrêa da Cruz - Paracambi - Rio de Janeiro
Oi Fabio,
Pois é, nem sempre acontece tudo da maneira que planejamos, e quase que viro uma moradora do Charles de Gaulle. Bom, vamos a uma pergunta de cada vez. Para se tornar um arbitro de cadeira, você tem que seguir alguns passos: arbitro auxiliar de torneios pequenos, juiz de linha, arbitro de cadeira de alguns torneios de federação, juvenis. A gente não se torna um arbitro de cadeira do dia para a noite. Tem que ter um pouco de conhecimento e experiência para começar a carreira. Tudo é por etapas. Os cursos são ministrados geralmente por federações locais ou pela CBT. Ligando para qualquer uma você poderá adquirir informações. Pode sim assumir isso como carreira auxiliar, mas para isso depende da tua disponibilide. E todos sabemos que é a pratica e a quantidade que melhora o que fazemos, isso em qualquer profissão.
Um beijo e sorte.
Paulinha, parabéns pela sua pág. no Tênis News. Atuei com você como juiz de linha no Mundial de Cadeiras de rodas aqui em BSB. Infelizmente não conversamos pessoalmente, mas admirei muito seu trabalho. Você poderia me dar uma dica do próximo evento pra gente atuar ?
Forte abraço.
Ricardo Marra – Brasília
Oi Ricardo,
Obrigada pelo seu e-mail. Esse torneio foi um dos mais lindos que pude trabalhar. Foi um presente, conviver com pessoas tão cheias de vida e com uma simpatia contagiante. Pena que não tivemos a chance de conversar, e como eram muitos jogos diariamente, o tempo livre foi pouquíssimo. Claro que posso dar dicas, mas exatamente o que você gostaria de saber? Sobre a carreira de juiz de linha? De cadeira futuramente?