"O jogo foi como estávamos prevendo: de alto nÃvel técnico. A esquerda paralela e as bolas curtas funcionaram bem, mas o principal deste jogo-exibição foi chegar aqui cedo pra bater uma bola e dar de cara com as arquibancadas já lotadas", disse Guga ao deixar a quadra na Passarela Nego Quirido, onde não reeditou apenas a final de Roland Garros de 1997 contra o espanhol Sergi Bruguera, como também repetiu a vitória que lhe garantiu o primeiro tÃtulo do Grand Slam francês, desta vez no saibro de sua cidade natal, Florianópolis, pelo placar de 76 (3) 64, com a energia de uma torcida de cinco mil brasileiros.
E mais: como se não bastasse a vitória diante do seu público, Guga garantiu a continuidade da Semana Guga Kuerten, evento patrocinado pelo Banco do Brasil, no próximo ano. "A única coisa que tem de concreta é que o evento está garantido para o ano que vem. Foi uma semana de total êxito que cria uma responsabilidade para a próxima edição", disse. "Eu vi no clube diversas cenas e senti o clima que tinha quando eu era juvenil. Era isso que eu queria. Resgatar esta sensação. A cidade toda se envolveu e realmente respirou tênis nesta semana", completou Guga.
"Florianópolis é uma das cidades mais lindas que eu já vi. Eu já esperava todo este carinho do público com o Guga, porque ele realmente é uma pessoa que despende e merece toda esta atenção. Seria muito bom voltar, principalmente para enfrentar Guga mais uma vez", afirmou Bruguera, bicampeão em Roland Garros (1993 e 1994).
Para o próximo ano, Guga quer ter novamente a presença de um convidado para um jogo-exibição. Sugestões não faltaram: Yevgeny Kafelnikov, Juan Carlos Ferrero, Magnus Normann. "Nosso foco é trazer pessoas que se envolvam com o tênis como um todo, assim como o Bruguera, que esteve presente no clube por três dias, brincou com a gurizada, bateu bola, atendeu a imprensa. Até o McEnroe quer me enfrentar aqui", brincou Guga.
Guga afirmou também que se sentiu bem durante toda a partida e que não queria que o jogo terminasse tão rápido. "Vou ter que me adaptar ao meio-termo, entre o nÃvel do profissional e do jogo-exibição. No primeiro set comecei tenso. No segundo, eu estava me soltando, então eu não queria que terminasse o jogo ali, que todos fossem embora, eu estava gostando muito de tudo aquilo", descreveu.
"Pretendo fazer outros jogos-exibição, mas não apenas competitivos. Quero me envolver quando tiver algo mais, com interação com o público, como o que fizemos aqui na Semana Guga Kuerten", explicou. E o envolvimento de Guga parece mesmo não ter fim. Ele chegou a apontar o que está faltando para o tênis brasileiro preencher a lacuna que ficou com a sua despedida do circuito profissional. "O que está faltando, estamos tentando colocar em prática nesta semana, massificando a prática do tênis e investindo no infanto-juvenil, trabalhando com valores e envolvimento. Hoje em dia o problema é que misturou tudo, infanto-juvenil com profissional", concluiu.