Jornalista italiano pede saída de Sinner da Copa Davis e cita o Brasil

Um dos principais jornalistas do mundo do tênis, o italiano Ubaldo Scanagatta escreveu uma carta direcionada ao capitão italiano da Copa Davis, Filippo Volandri, e pediu pela saída do número 1 do mundo, Jannik Sinner.

A Itália joga em casa em Bolonha, a partir de quarta-feira, duelo contra o Brasil, Holanda e Bélgica pelas finais. O jornalista citou o confronto diante do Brasil e disse que o time italiano sem o líder do ranking poderia vencer a equipe nacional.

"Prezado Filipe,

Entendo bem que um capitão da Copa Davis tem o direito e o dever de convocar a melhor equipe possível para a seleção “nacional” de tênis. E claro, mesmo terminando pelo menos em segundo lugar num grupo que inclui Brasil, Bélgica e Holanda, não deve ser uma façanha com jogadores como Musetti, Berrettini, Arnaldi, Cobolli, Vavassori e Bolelli, abrindo mão da presença de Jannik Sinner desde o início não é trivial. No entanto, é necessário um pouco de coragem, mas também gratidão para com aqueles que foram decisivos para o triunfo há um ano. Ou pelo menos na minha opinião deveria ser. Francamente, Musetti e Berrettini (mas também Cobolli e Arnaldi) são mais fortes que os tenistas belgas e brasileiros, senão também os holandeses. E, portanto, merecem a sua, a nossa confiança.

Ao mesmo tempo, entendo bem Filippo quer ter o número 1 do mundo, Jannik Sinner, na equipe - mesmo exausto pelo US Open, pela viagem e pelo tempo - seria uma garantia absoluta, uma espécie de válvula de segurança que o protegeria de qualquer (embora muito improvável) tropeço. No momento em que escrevo para vocês, ainda não sei se em Nova York, Jannik cumprirá as previsões gerais de vitória na semifinal do Aberto dos Estados Unidos com Jack Draper.

É verdade que dizem que as previsões são feitas para se provarem erradas e também que as probabilidades das casas de apostas não são realmente evangélicas, mas se a vitória e a conquista do segundo Slam para Jannik for paga pelas casas de apostas a 1,44, enquanto a vitória de Fritz aos 5, Draper aos 8 e Tiafoe aos 15 (como também relatamos em nosso artigo sobre Ubitennis), hoje é muito provável que Jannik ainda esteja aqui em Nova York no domingo para jogar a final. Ganhe ou perca. Porém, talvez a final mais importante de sua carreira, porque o Aberto dos Estados Unidos sempre teve maior prestígio que o Aberto da Austrália. E porque os 2.000 pontos aqui em Nova Iorque – onde os seus perseguidores mais próximos, Zverev, Alcaraz, Medvedev perderam uma, duas ou mais rodadass antes dele – serão certamente muito importantes, na verdade provavelmente decisivos, para manter a primeiro lugar de Jannik na ATP.

Não falei cara a cara e sozinho com Jannik. E quem consegue falar conosco fora das conferências de imprensa onde apenas são feitas três perguntas e certamente não se pode levantar questões pessoais como seria perguntar-lhe: "Mas teria dificuldade em dizer que não se sente gostaria de jogar a Copa Davis em Bolonha?”. Mas eu apostaria que Jannik e sua equipe ficariam muito felizes em não ter que enfrentar a corrida até Bolonha para entrar em quadra dois ou até quatro dias após a final de Flushing Meadows.

No entanto, depois do que aconteceu há um ano, quando Jannik decidiu não jogar em Bolonha e não foi apenas a Gazzetta dello Sport que o classificou como traidor da sua terra natal... e depois da segunda ausência de última hora dos Jogos Olímpicos - esta vez devido a uma amigdalite na qual muitos demonstraram não acreditar plenamente - e finalmente novamente após o gravíssimo e doloroso caso do spray proibido de clostebol, para mim é óbvio que Jannik se sente obrigado, mais por questões de imagem do que por qualquer outra coisa, a aparecer em Bolonha e entrar em quadra. Embora isso possa representar um sério risco de uma nova lesão. Quando você está morto de cansaço é muito mais fácil se machucar. Todo mundo sabe disso. Você também, Filippo."

Ubaldo inclusive escreveu uma sugestão de carta de Volandri para o jogador. Até o momento, Sinner não se pronunciou sobre os confrontos da Davis. A Itália será o adversário de estreia do Brasil na quarta-feira, a partir das 10h. A equipe comandada por Jaime Oncins irá com Thiago Monteiro, João Fonseca, Rafael Matos, Marcelo Melo e Felipe Meligeni.