Por Fabrizio Gallas - Se havíamos tudo uma semana passada brilhante com quatro jogadores furando o quali e seis na chave principal, marca de três décadas superada em Roland Garros, a segunda-feira não foi nada boa.
Coisas que acontecem. Tivemos adversários duros em sua maioria pela frente. Algumas derrotas escaparam nos detalhes como a de Laura Pigossi, no domingo e a de Gustavo Heide nesta segunda gratas surpresas pelo desempenho positivo. Thiago Monteiro esteve aquém do seu nível por dois sets e Thiago Wild pecou pela ansiedade em jogo que poderia ter saído com o resultado melhor diante do entusiasmo do sempre forte Gael Monfils.
Mas, indiscutivelmente, a derrota de Bia Haddad é a que dói mais. Era franca favorita. Largou bem na partida e se perdeu, oscilou, ficou passiva, sacou fraco. Tanto é que a italiana Cocchiaretto entrava dois passos pra dentro da quadra para fazer as devoluções mostrando certa fragilidade no serviço da brasileira. Acabou dominada na parcial final e causando uma má impressão.
Me parece que a brasileira sentiu a pressão em Roland Garros. Defender uma semifinal não é fácil, 780 pontos em jogo. Ela cairá para pelo o 18º lugar no ranking e corre um risco de deixar o top 20.
Mas o que preocupa é que a irregularidade e passividade não são uma novidade para a paulistana. Não aconteceu apenas nesta segunda-feira. Aconteceu semana passada em Estrasburgo onde não viu a cor da bola contra Samsonova. Aconteceu contra Madison Keys em Roma, na Billie Jean King Cup, Dubai, só citando alguns exemplos.
Foram poucas as vezes onde vimos a brasileira com convicção e confiante em seus golpes, com pouca oscilação e sacando como costumava fazer. Em Madri e Abu Dhabi são bons exemplos do melhor tênis da Bia ou algo perto disso.
Talvez essa saída precoce de Roland Garros tire um peso que vinha nas costas da brasileira e a faça reagrupar para o que vem pela frente, que é a temporada de grama onde já brilhou nos últimos anos.
Felipe Meligeni estreia
Ainda temos o Felipe Meligeni nesta terça contra Casper Ruud. Parada duríssima, mas uma oportunidade em uma quadra central. Casper defende final e vê uma situação onde não tem um Nadal e nem um Djokovic confiante com um Roland Garros bem aberto. Se Felipe mostrar um bom tênis, pode incomodar e quem sabe cometer o 'crime'. Ele está confiante e entra sem nada a perder. Basta acreditar.
E esse dia ruim de hoje não tira em nada o brilho dos brasileiros que já vêm mostrando grandes resultados não só nas últimas semanas, mas nos últimos meses. Quando mais chegam, mais acreditam, se soltam e mais surpresas boas virão.