Novak Djokovic comentou suas sensações após a difícil vitória na estreia de Wimbledon contra o sul-coreano Soonwoo Kwon, 81º, onde precisou de quatro sets para vencer por 6/3 3/6 6/3 6/4 após quase duas horas e meia.
O tenista emplacou sua 22ª vitória seguida no torneio onde tem seis títulos e é o atual tricampeão: "Jogar aqui como o atual campeão é algo único. Jogar aqui pela primeira vez é algo especial, embora este ano tenham podido treinar mais cedo. Tem sido bom voltar aqui. Acho que foi uma boa vitória, contra um adversário talentoso. Tem muita qualidade dos dois lados. Não comecei bem, mas quando tive que encontrar os golpes necessárias, consegui. Meu saque também me tirou de vários problemas em momentos decisivos. Eu sei que posso fazer melhor", disse o sérvio: "Estou muito feliz por poder ter esses resultados. Wimbledon era o torneio dos meus sonhos quando criança. Jamais esquecerei o que aconteceu em 2011, quando realizei meu sonho de criança. Sempre terá um lugar especial no meu coração. Toda vez que entro na pista, tenho aquela sensação... um frio na barriga, pela importância que isso tem na minha carreira e na minha vida."
Ao ser perguntado se olha para estatísticas, ele ponderou: "Eu tendo a olhar mais para o meu oponente do que para o meu. Na grama, você precisa jogar partidas para obter o tipo de jogo. Treinar não é o mesmo que jogar uma partida oficial em uma quadra como a Central. Os nervos pregam peças em você. Nas primeiras rodadas, os adversários não têm nada a perder e vão com tudo, acreditando que podem vencer. Venho aqui sem torneios anteriores, antes de Wimbledon. Sempre vou ficar um pouco enferrujado nos primeiros jogos, mas estou feliz com a minha vitória. Ele me fez trabalhar para isso."
"O que vivi na Austrália é algo que nunca havia experimentado antes. Os meses seguintes, depois disso, foram um pouco complicados a nível emocional, para mim, devido a vários fatores. Quando se trata de motivação na quadra, nada mudou para mim. Ainda quero ganhar mais títulos e ser aquele com mais Slams. Com minha equipe, seguimos as mesmas rotinas que já sabemos que funcionam para nós. Até hoje, não me lembro mais do que aconteceu em janeiro. Superei. Vou torneio após torneio e vivo cada experiência ao máximo."
Pela primeira vez em mais de 20 anos o torneio de Wimbledon não tem Roger Federer e o sérvio lamentou sua ausência: "O Roger, junto com o Rafa, é alguém que me influenciou a ser o tenista que sou hoje. Mais do que ninguém. As melhores partidas em Wimbledon eu joguei contra ele. A melhor, sem dúvida, a final de 2019, e as finais de 2014 e 2015. O mesmo acontece comigo com o Nadal. Quando entro na quadra para enfrentá-lo, sinto que não é uma partida qualquer. Roger na grama ou Rafa no saibro. Enfrentá-los nessas superfícies é o maior desafio neste esporte".
Djokovic pode ficar ausente dos Slams até maio de 2023 uma vez que no momento está barrado do US Open para o fim de agosto e ainda há o imbróglio com a Austrália que pode se repetir para janeiro. O sérvio fez um apelo aos americanos para mudarem: "Estou ciente disso. Isso me motiva a dar o meu melhor neste torneio. Realmente, isso não é algo que está na minha cabeça. Quando Wimbledon acabar, espero que algumas coisas mudem e eu possa ir para o US Open e competir. Eu gostaria disso, mas é assim que as coisas estão agora."