Por Fabrizio Gallas e Ariane Ferreira - Parado há três meses no circuito, sem poder dar aulas e nem clínicas com as praias fechadas, os atletas do Beach Tennis seguem sem receita e boa parte perdeu a paciência com a Federação Internacional de Tênis.
Foto: Alessandro Calbucci / Crédito: Cleon Medeiros
Leia Mais:
ITF anuncia ajuda. Federações receberão acima de US$ 5 mil
CBT divulga protocolo nacional de retorno do esporte
Há dois meses a Associação Mundial dos Jogadores de Beach Tennis, a ABTP, órgão criado em fevereiro com presença dos vários dos melhores do mundo como o número 1, Alessandro Calbucci, o vice-líder, Michelle Capelletti, Antomi Ramos, entre outros brasileiros como Ralff Abreu e Luiz Gimpel, enviou uma carta para a entidade pedindo um auxílio financeiro na isenção da taxa de US$ 30 (R$ 150) anuais do IPIN cobrado desde esse ano pela entidade, além de isenção de taxas dos organizadores dos torneios até o fim de 2021, mas não foram atendidos.
Na última semana, o número 1 do mundo atual , com mais de 200 semanas a frente do ranking e maior ganhador de torneios ITF desde 2008 quando o esporte imigrou para a entidade, Alessandro Calbucci, escreveu uma carta publicada em suas redes sociais lamentando a falta de proposta concreta da entidade sobre um apoio.
Calbucci afirmou que os atletas estão sendo ignorados e lembrou que 800 atletas do tênis em simples e duplas já estão recebendo apoio de cerca de US$ 6,5 milhões (incluindo apoio da ATP/WTA e Grand Slams) sendo que a ITF apoia os tenistas do 501 até o 700 do ranking. A Federação Internacional de Tênis anunciou há menos de duas semanas um aporte de US$ 300 mil no tênis em cadeira de rodas ajudando os top 20 no ranking principal e os top 15 no ranking da categoria Quad.
Confira a carta de Calbucci:
"O Beach Tennis é um pequeno grande esporte. Está crescendo espontaneamente graças aos esforços e investimentos de muitos apaixonados. Embora nesse período complicado que estamos atravessando revela ainda mais o quanto disfuncional e não cuidadoso seja o nosso sistema.
Os jogadores profissionais de tênis fora dos 200 do mundo desabafaram sua própria vulnerabilidade reividicando um auxílio mínimo financeiro. Finalmente, parece que receberam uma resposta positiva e um concreto programa de ajuda. Mesma coisa para os 20 primeiros ranqueados do tênis em cadeira de rodas.
Por outro lado, nenhum dos jogadores do Beach Tennis conseguem viver só jogando. Os jogadores arcam com todos os custos para poder manter as rotinas profissionais sem recompensas equivalentes. Os patrocinadores são nossos principais suportes financeiros. Embora nossas vidas pareçam luxuosas, a maioria dos atletas deve encarar situações financeiras complicadas. Na real, todos nós temos que ministrar clínicas para poder participar do circuito mundial.
Como consequência da pandemia todos os jogadores que só vivem de Beach Tennis não estão podendo trabalhar por muito tempo e sem previsão de volta ao normal. O risco de muitos renunciarem suas próprias carreiras é muito alto . Recentemente os principais atletas enviaram uma carta à ITF pedindo um auxílio mínimo para poder sobreviver . Infelizmente, como sempre, não recebemos nenhuma resposta nesses meses. Esta situação inaceitável e injusta tem durado tempo demais . Para existir o Beach Tennis precisa de jogadores e organizadores virtuosos. Os jogadores e jogadoras têm sido os principais promoters do esporte tanto dentro quanto fora de quadra: cada final de semana nos torneios, cada dia dando aulas e nas clínicas. O mínimo que merecemos é respeito e atenção.
Como por enquanto somos parte do sistema da ITF achavamos que pudessemos contar com a influência e o poder dessa entidade para proteger a econômia do Beach Tennis e garantir um mínimo de responsabilidade social (realocando os próprios recursos do IPIN, das taxas de torneios e etc) para garantir um mínimo de auxílio aos atletas e um suporte aos organizadores.
É frustrante (e emblemático) receber emails com propostas irrelevantes e assuntos desviantes ao invés de receber atenção para esta ação para essa situação dramática para os atletas que consagraram a própria ao Beach Tennis sem ter outra fonte de receita . Sem torneios, sem aulas, sem clínicas, tudo isso significa sem nenhuma receita para os atletas pro(fessores) de Beach Tennis.
Que tipo de interesse podem ter os novos jogadores se está abandonado pela própria entidade ? Que tipo de atrações podem ter as novas gerações para um esporte não sustentável nem sequer para os melhores profissionais ?
Beach Tennis nunca foi e nunca será um esporte elitizado . Nasceu como um esporte democrático,independente e queremos mantê-lo acessível a todos. Terminou o tempo das promessas e retóricas,das distrações estratégicas e palavras vazias . É tempo para iniciativas concretas. É tempo de mostrar QUEM realmente CUIDA do nosso amado esporte. Os jogadores do Beach Tennis não podem mais ser ignorados . Não é justo. Os jogadores que dedicam tempo ao esporte merecem mais."
Calbucci é padrinho do torneio Follow The Beach - Copacabana Open - que este ano iria para a terceira edição na praia de Copacabana em maio. O torneio foi o maior do mundo em 2019 com 1.500 atletas e tinha se desfiliado da ITF junto com outro tradicional evento de Aruba que por enquanto está marcado para novembro. Foi criado o Grand Slam do Beach Tennis com os dois eventos.
O Tênis News ouviu a ITF que respondeu por email acenando para uma possível ajuda: "Estamos no meio do processo finalizando várias medidas adicionais com muitos impactados pela pandemia da COVID-19. O Board da ITF se encontra essa semana para discutir as propostas a dará notícias em breve. Todos os nossos esforços estão focados em facilitar o retorno do tênis e do Beach Tennis para o benefício dos atletas e torneios, o quanto antes possível for".
O Tênis News tentou escutar alguns membros do Conselho de Jogadores do Beach Tennis na entidade que têm acesso direto para conversas com a ITF, mas ninguém quis se manifestar.
Então ouvimos mais vozes importantes do Beach Tennis masculino que deram suas reflexões e opiniões sobre o momento do esporte e clamaram por ajuda da entidade.
Michelle Capeletti, que já voltou aos treinos na Itália e ocupa o número dois do ranking mundial, concordou 100% com Calbucci: "Partindo do pressuposto de que não quero fazer nenhuma controvérsia, considerando-a inútil e uma perda de tempo para todos, só quero enfatizar que, de acordo comigo, "a ação" deve ser adaptada pela ITF com base no esporte com o qual você está lidando. Certamente não é uma "falha" dos jogadores de Beach Tennis se não tivermos certas oportunidades e também precisarmos ser professores para poder viver o Beach Tennis mas, ao invés disso, tivemos muito mais dificuldades, mais uma razão para sermos apoiados por federações nacionais e internacionais. Além de serem os protagonistas em quadra, os jogadores apóiam e dão vida ao movimento, muitas vezes pagando do bolso para viajar e poder jogar torneios, mesmo que frequentemente entrem em recuperação econômica.
Portanto, acho extremamente lógico e apropriado que a ITF nos apoie, pelo menos os atletas que vivem no Beach Tennis 365 dias por ano como atletas e como professores. Sobre quem deve se beneficiar desse apoio, acho que uma avaliação cuidadosa do Ranking é a única maneira de sair dele."
Número 3 do mundo no feminino, Flaminia Daina, da Itália, foi mais ponderada e evitou criticar a ITF: "Acho que a ideia que uma Federação tem que ter é a proteção do esporte e dos atletas que praticam o esporte, caso contrário não tem o significado de existir. Mas estamos vivendo um momento muito particular na nossa história, uma primeira vez que acontece tudo isso. Não é fácil, e criticar não é a maneira para resolver as coisas. O tênis é um esporte completamente diferente, tem números diferentes, tem um passado maior, e com certeza vai recomeçar tudo certo, pois é um esporte histórico. Então para mim não tem significado algum comparar com o tênis."
"Eu sei com certeza que a ITF está trabalhando duro para gente, mas a ITF é representada de poucos indivíduos que têm grande paixão para o nosso esporte. Sabe que provavelmente o nosso esporte dentro da ITF conta menos que o 5% ? E que as pessoas que cada dia trabalham na ITF para o nosso esporte são duas ou três e também que existe um Player Council que faz o trabalho "sujo" sem receber nada em troca ? Então acho que a gente tem que agradecer quem está trabalhando sem ser visto, mas também acho que poderia ser feito muito mais. Minha sugestão é que deveriam ser feitos vários investimentos nesse momento crítico para tentar obter os resultados amanhã. Ajudar os jogadores sim claro, mas também os organizadores dos torneios, as pessoas que trabalham por isso e que precisam um incentivo para que tudo isso não acabe. Com certeza uma melhor comunicação. Estão trabalhando em isso, incentivar as pessoas a jogar, com publicidade e difusão do esporte. Investimentos significam crescimento".
Daina tem outras sugestões que são semelhantes as pedidas pela Associação dos Jogadores como o fim das taxas para os organizadores em 2021 e incentivos aos promotores de eventos além do congelamento do IPIN dos atletas. Ela faz uma crítica ao número 1 masculino e a falta de mulheres na Associação criada: "As ideias do Calbu não são ruins, mas as maneiras não são as melhores e também o problema maior é o interesse pessoal. Por exemplo, não existe uma mulher nessa Associação".
Foto:De preto, Daniel Schhmitt / Crédito: Nofoco Fotos
Daniel Schmitt, jogador da jovem geração brasileira atual 21º do mundo, foi ponderado e pregou pela união de todas as entidades ligadas ao esporte: "Acredito que todos nós (jogadores, organizadores, ABTP, Player Council, ITF) queremos o crescimento do esporte. É importante que tenhamos um diálogo, uma ou várias vias de acesso ao nosso regulador (ITF), para que possamos trabalhar juntos para o bem do esporte. Pouco importa se temos um, dois ou dez grupos diferentes querendo trabalhar para o crescimento do Beach Tennis. O que precisamos é que os atletas sejam representados por esses grupos, e que todos sejam ouvidos. Estamos passando por um momento totalmente atípico e sem precedentes. Realmente, não sei o que dizer sobre de que forma a ITF pode ajudar nesse momento. Esperamos que tudo passe e possamos voltar aos torneios o quanto antes."
Foto: Aksel Samardzic / Crédito: Srdjan Stevanovic
Aksel Samardzic, atual 11º do mundo e que já frequentou o top 10 nos últimos anos, foi na mesma linha de Capeletti e acredita que sem apoio o esporte pode ir morrendo aos poucos: "Temos um problema que estamos vendo com vários jogadores se unindo para serem ouvidos. Se está funcionando ou não, eu não sei, porque como de costume a ITF faz as coisas dela da forma que quer. Agora eu penso que eles querem ajuda para crescer o esporte, mas estou convencido que os de mais alto cargo não vêem como uma prioridade claramente porque não é e nunca será o tênis. Muitas pessoas estão chateadas porque sempre trazemos ideias e em poucas vezes somos escutados. Até mesmo agora quando estamos passando dificuldades onde temos novidades, mas nada do que Calbucci está questionando. Quero dizer que há certas coisas que não se podem evitar especialmente vindo de um grupo de mais de 50 jogadores. Beach Tennis é o que mais cresce entre os esportes e acredito que com a entidade correta teríamos grandes coisas. A questão é quando isso será realizado ? Temos uma das maiores associações do mundo que é a ITF com grande nome, mas eles precisam cuidar dos seus jogadores em necessidade e não ficar sentados apenas enquanto muita coisa acontece. Estamos em uma séria situação em que todos são dedicados e devotos e suas vidas estão com dificuldades. Não podemos trabalhar, não temos salário. Não temos torneios, então não podemos competir para alcançar nossos objetivos. Não temos patrocinadores já que as empresas do mundo estão falindo ou apenas existindo para manter as pessoas vivas. Nós profissionais da ITF precisamos de ajuda para o esporte sobreviver porque sem os jogadores como Calbucci muitos outros ídolos no mundo, o esporte pouco a pouco irá morrer".
Foto: Luiz Gimpel /Crédito: Divulgação
Luiz Gimpel, o Marrento, um dos grandes nomes do esporte no Brasil, é um dos membros da nova Associação criada e aplaudiu a carta de Calbucci: "Como membro da Associação de Jogadores, estamos em um momento de muita reflexão do esporte, tentando entender onde estamos e onde iremos chegar. No decorrer desses anos todos que participo do circuito, não vi tantas mudanças significativas pela ITF de eventos que tivessem gerado um legado. Sempre vemos as pessoas mais reclamando do que agregando. Assisti a uma live da ITF sobre o Beach Tennis e as mudanças que a entidade enfatiza são bem supérfluas , mudanças de nomeclatura de torneios, como se fosse seis por meia dúzia, dinâmica fica igual. Eles são bastante reativos e as mudanças são bem precipitadas. Eles só respondem quando criticados", disse Gimpel criticando o papel do Conselho de Jogadores da ITF.
"O Player Council, os membros são praticamente escudos que a ITF só colocou para serem apedrejados e muitas vezes não podem nem ver a ITF ser criticada em público que vão lá e defendem, fazem vias de advogados de uma forma geral. Tanto o Conselho quanto a própria ITF só se manifestam quando são atacados em público. O Calbucci o papel público dele é muito bom enquanto segue como número 1 e conquistando títulos. Vários na nova Associação estão no top 10, que ganharam a vida toda. É bom ter isso em evidência senão muitos abaixam a cabeça (para a ITF). Esse norte que a ITF dá aos jogadores é um guia para os atletas que não conseguem emitir uma opinião crítica. Calbucci tem uma oposição saudável para termos um futuro melhor. Todos sonham que o Beach Tennis vire esporte olímpico, mas isso não será de para-quedas e sim com atitudes diante das entidades. Para se ter ideia de como o esporte é segundo plano da ITF são as postagens nas redes sociais deles, no Instagram a última irá completar três meses, é só um joguinho para a ITF, nem é levado como Start up para eles. Em pleno 2020 é um absurdo a gente ter que se comunicar com o Player Council para conseguir falar com eles sendo que qualquer empresa tem 25 mil canais de comunicações. Até ano passado para nos inscrever em torneios tinhamos que fazer por formulários de excel, tirar foto, no papelzinho. O IPIN chegou esse ano, teve seus méritos, mas demorou 10 anos. A atitude do Calbucci em se manifestar foi correta, mas todo mundo precisa se coçar um pouco, só assim o esporte chegará no patamar que queremos. As principais ligas funcionam a 360º como uma empresa e não vejo esse desejo da ITF conosco".
O venezuelano Ramon Guedez, 13º do mundo e que vive em Santa Catarina, no Brasil, declarou que se tivesse algum torneio no calendário hoje não poderia jogar por falta de verba para viajar: "Para ninguém é um segredo que a ITF o principal esporte seja o tênis, nós como jogadores que tentamos promover e viver desse esporte profissional tentamos conversar e buscar apoio por parte da ITF, mas já sabemos qual é sua resposta. Com esse problema da pandemia deixou mutos jogadores muito vulneráveis, que poderiam se aposentar, que não têm como se manter pagando contas de casa,comida, gasolina e viagens. Considero que merecemos um pouco de atenção por parte da ITF, somos jogadores profissionais que vivemos do esporte, jogamos por paixão e que é certo que não é um esporte Olímpico, mas estamos lutando dia-a-dia para tentar que entre na Olimpíada e seja mais vistoso. Se tivesse um torneio no circuito agora eu não poderia pariticpar por falta de recursos,sabendo que aqui no Brasil onde me encontro estamos trabalhando normalmente,, as pessoas não têm dinheiro para pagar por aulas eclínicas onde eu possa trabalhar sem problemas. Aqui é onde a ITF deve se preocupar por seus jogadores,por nossa saúde, nossas carreiras, uma organização que se importe com os atletas para seguir apoiando esse trabalho tão árduo que se faz acada dia. A ITF não é só o tênis, mas também o Beach Tennis. Assim como o tênis teve apoio, nós devemos ter e não a ITF se beneficiar de nós".
Foto: Davide Benussi / Divulgação
O italiano Davide Benussi, 14º do mundo, não acredita que a ITF vá apoiar os atletas: "No tênis os jogadores top estão pagando pelos fora do top 100, no cadeirantes temos a Uniqlo como patrocinadora colaborando com dinheiro aos jogadores. No Beach o jogador top não pode doar, não existe um patrocinador para o circuito mundial. Em uma live há duas semanas a ITF foi clara em não querer investir no esporte, infelizmente é impossível ter uma ajuda para nós. Desde esse ano que foi introduzido o IPIN e os torneios não foram jogados, a ITF deveria explicar o que será feito com esse dinheiro. A Federação deveria se preocupar pelos jogadores e organizadores, mas acho que não é algo realista agora.
Foto: Vinicius Chaparro / Arquivo Pessoal
O gaúcho Vinicius Chaparro, 39º do mundo, opinou: "A ITF não pode achar que vai resolver voltando o calendário o mais rápido possível sem reparar os danos causados por esses três meses de suspensão. Eles têm fundos arrecadados do Beach Tennis como o Calbucci comentou em sua postagem só que eles deveriam fazer alguma coisa pois muita gente do esporte não está tendo de onde tirar dinheiro com clubes/academias fechados e a receita saindo disso e prize money dos torneios onde ninguém vive disso. A ITF deveria fazer um reparo, não sei se acatar os top 100 ou top 50, acredito que os top 100, grande parte da que pagamos do IPIN que gerou renda para eles. Tivemos poucos ITFs esse ano. Pelo tempo que já passou é preciso ajudar de alguma forma e não só trazendo o calendário de volta o mais rápido."
Foto: Diogo Carneiro / Crédito: Paulo Carneiro
Críticas a gestão da CBT
Diogo Carneiro, ex-top 10 e que ficou parado em boa parte de 2019 por conta de lesão no joelho, vai retornar ao fim de 2020 e teceu críticas também para a Confederação Brasileira de Tênis. Ele dividirá seus treinamentos com seu trabalho como economista.
"Concordo com tudo colocado pelo Calbucci. Sobre o Brasil, a CBT recebe entre 40 e 60% das receitas vindas do Beach Tennis, tenho certeza que nem 10% volta para o esporte e nenhuma ajuda clara para os atletas e um plano de retomada assim como outros esportes. O tênis você vê uma interlocução muito maior entre os atletas e as entidades e o Beach Tennis você fica largada tanto no âmbito nacional quanto internacional. Aqui o que se fez foi uma live entre jogadores e o presidente da CBT, atletas que não foram definidos pelo ranking, você tinha atletas fora dos cinco melhores do país. Falta transparência, falta interlocução, mostrar um plano nacional de volta. Com relação à ITF, falta interlocução também, deveria ter um plano , se no tênis se tem um plano do 500 ao 700 pela ITF, no Beach deveria ter para os que vivem do esporte, seja do 1º ao 20º do mundo. Se tem um fundo da ITF destinado à pandemia, deveria ser aplicado. E outra coisa, estamos há três meses sem fazer nada , não se tem um plano de retorno, porque não foi discutido um plano de retomada ? Por exemplo, torneios adiados até o fim do ano com ranking protegido, os eventos que voltarem valerão duas vezes pois todo mundo estará com ranking protegido ? Por que não foi discutido isso ?",disse Carneiro que criticou outros atletas brasileiros sem citar nomes.
"Os atletas principais do Brasil você tem uma posição que não muda há 10 anos, é uma pessoa que lidera todo mundo e o resto não consegue ter um tipo de opinião para mudar o esporte. Não estou falando que minha opinião ou a do Calbucci são as certas, ter um tipo de opinião é sempre válido, troca de informação para mudar as coisas é importante. Você tem um status quo que eventualmente pode receber algum tipo de benefício que não sabemos. Eles não mudam a opinião e não querem discutir. Esse tipo de coisa no Brasil temos menos em outros lugares do mundo".
Ouvimos a CBT que respondeu as palavras de Carneiro: "A CBT tem mantido o diálogo com os principais beach tenistas do Brasil, além do capitão da Seleção Brasileira (italiano radicado no país, Alex Mingozzi). Nomes como Rafaella Miller, Joana Cortez, Flávia Muniz, Lorena Melo, Marcela Vita, Samantha Barijan, Vini Font, André Baran, Marcus Vinícius Ferreira, Thales Santos, Daniel Schmitt estão de acordo com as diretrizes apresentadas pela CBT. Um plano de retomada do calendário já está sendo discutido e se encontra num estágio bem avançado para, quando houver a liberação por parte das esferas de governo, a CBT possa divulgar e executar."