Andy Murray foi derrotado mais uma vez na final do Australian Open. Batido por 3x0, em 2h53min, ele falou brevemente - já que pegaria um vôo, para Londres, ao 12:00, no horário de Brasília -, na entrevista coletiva, sobre o jogo, Djokovic e a esposa.
“Sinto que já estive nesta situação antes”, disse o escocês, com um leve riso, o número dois do mundo, que, em suas cinco derrotas na final em Melbourne, perdeu quatro para Djokovic: além do jogo de hoje, também em 2011, 2013 e 2015.
“Eu vi as estatísticas no fim da partida. Ele venceu vinte e cinco ou vinte e seis pontos a mais do que eu, no jogo [Nota da Redação: na verdade, foram vinte e quatro]. E eu cometi vinte e cinco ou vinte seis erros não forcados a mais [NR: foram vinte e quatro, na realidade]. Também acho que não fui bem no forehand, particularmente, nos dois primeiros sets. Começou a melhorar no terceiro [set]. Foi isso”.
Perguntado se o nível do jogo foi bastante alto, nos dois últimos sets, segundo seus padrões, ele respondeu positivamente. “Sim, acho que sim. O game no 5/5, em que fiz 40/0 e fui quebrado, foi bem difícil. Mas eu poderia ter ganhado aquele set, talvez. Estava começando a ter muitas oportunidades na parcial, tive chances quando consegui quebrar de volta [em 3/4]. Foi realmente duro ter perdido o saque em 5/5”, disse Murray, repetindo a menção à quebra sofrida no 11º game.
“Depois, no terceiro set, senti que, após quebrar de volta, eu estava criando algumas chances. No tiebreak, perdi dois segundos saques, por uma pequena margem. Ele também conseguiu um ace que entrou por bem pouco. Foi isso”, alegou Murray.
Sobre o primeiro set ruim que jogou, Murray explicou. “Muitas coisas têm acontecido. Comecei as duas últimas partidas bem devagar, o que é compreensível [NR: ele não explicou o porquê]. Claro, não é bom começar partidas desse jeito contra jogadores como Djokovic. Mas estou feliz pelo jeito como lutei e consegui entrar no jogo, criando chances”.
Indagado sobre estar ‘chegando perto do nível de Djokovic’, ele usou, como base, o jogo de hoje. “Não sei quão longe estive, hoje. No primeiro set, eu “não estava lá”. Mas, no segundo e no terceiro, penso que [o jogo] foi bem duro. Poderia ter jogado melhor, eu acho. Como eu disse, não fui bem com o forehand nos dois primeiros sets. No terceiro, quando melhorou, ele [forehand] me ajudou muito. Pude ir mais à rede, jogar um tênis mais ofensivo. A maioria das partidas que disputamos em Grand Slams foram competitivas. Não sei se essa é a impressão que fica para quem está de fora”.
“Para uma partida de três sets, 2 horas e 50 minutos é bastante, foram dois sets muito disputados”, concluiu a análise do jogo.
Dentro da quadra, no discurso pós final, ele já tinha agradecido, muito emocionado, à esposa, que está em Londres, na Inglaterra, em seu nono mês de gravidez. Além de tudo que envolve a fase, ela teve que suportar a apreensão causada pelo problema de Nigel Sears, seu pai e sogro de Murray, que é técnico de Ana Ivanovic e, no meio de um jogo da sérvia no torneio, teve um colapso e precisou ser mandado a um hospital da cidade de Melbourne. “Muito obrigado a minha esposa Kim Sears, que está assistindo ao jogo em casa. Você foi uma heroína nas últimas duas semanas. Estarei no próximo voo para casa”. Depois, na coletiva, ele a elogiou mais. “Ela tem sido incrível [nesta fase de gravidez], tem lidado com tudo muito bem. Tenho que agradecê-la por me deixar jogar e ficar aqui com tudo que vem acontecendo [NR: a gravidez, o colapso do sogro – pai de Kim]”, disse ele, ressaltando, no final da entrevista, que “só quer chegar em casa”.